1 de set. de 2013 | By: Fabrício

Obsolescência Programada

"O mundo é grande o suficiente para atender às necessidades de todos, mas sempre demasiado pequeno, para a ganância de alguns."
Mahatma Gandhi


Você talvez nunca tenha ouvido este termo, mas a Obsolescência Programada provavelmente já faz parte do seu cotidiano, sem que ao menos você se dê conta disso.

A Obsolescência Programada é aquilo que faz algumas pessoas trocarem de iPhone todo ano; que te dá aquela sensação de ter acabado de comprar um computador que já ficou “obsoleto” apenas alguns meses depois da compra – isso quando já não está obsoleto no momento da compra. Obsolescência Programada significa que os produtos possuem uma vida útil curta, bem definida, relacionada a diversos aspectos, para que a sua venda seja mais frequente e facilmente renovável. Apesar de dominar atualmente o mercado de tecnologia, a Obsolescência Programada surgiu muito antes, em outro mercado, onde até hoje é um dos maiores fatores que definem o ritmo de vendas e de produção, o automobilístico.


Quem nunca reparou que os produtos de antigamente duravam mais. Muitos pensam que por causa da competitividade do capitalismo hoje se usam peças com menor qualidade para fabricar um produto tal como uma geladeira, uma máquina de lavar roupa ou uma televisão, pois se antigamente duravam facilmente uns 20 ou 30 anos, hoje geralmente duram menos de 10. Outros pensam que desde o momento que começaram a ser fabricados na China é que os produtos são de menor qualidade etc. Pode até ser que um desses fatores influenciam na qualidade de um produto, mas a maior causa é a Obsolescência Programada.

Hoje com toda tecnologia que dispomos somos capazes de criar produtos com duração ilimitada talvez até certo ponto quase infinita, mas a Obsolescência Programada freia a invenção e o avanço tecnológico, pois sem ela o consumo seria muito menor e no sistema que vivemos seria inviável às empresas.

De que adiantaria fabricar uma geladeira que dure para sempre? Ninguém mais compraria geladeira. O problema é que com a Obsolescência Programada muitos não se preocupam em evoluir seus produtos, ao invés de dar o desejo às pessoas de renovar pela novidade somos obrigados a renovar por causa de uma falha mecânica ou eletrônica programada.

Diz-se que no começo do século XX, na década de 1920, Alfred Sloan definiu essa prática como uma forma de atrair mais consumidores para os carros da General Motors, empresa da qual ele era presidente. Mudando sempre os modelos dos carros e seus acessórios em “atualizações estéticas”, que para a engenharia são muito mais simples e baratas de se implementar frequentemente, ele criava um desejo cíclico pelo último modelo lançado, tornando os modelos anteriores fora de moda, atrasados e, em certo ponto de vista, “obsoletos”. Por outro lado, o status de ser dono do último lançamento é uma forma daqueles mais ricos se destacarem dos demais, o que sempre aconteceu com todo bem de consumo focado nos consumidores de luxo.

Nas décadas seguintes, entra em cena a Descartalização, que consiste em optar por uma produção industrial que utiliza peças, materiais e componentes mais baratos e até descartáveis, em alguns casos, para forçar (independente dos fatores desejo e status) a renovação frequente de bens que teriam agora uma vida útil bem mais curta em relação ao que era produzido antes. Resumindo, produtos que duram menos, para vender mais. Com certeza você já ouviu alguém mais velho dizendo que “isso antigamente era feito para durar, hoje é tudo descartável!”, o que de fato reflete uma realidade do mercado.

Uma coisa é certa, se um produto quebrar logo após sua garantia não reclame com os chineses que o fabricaram (eles só estão seguindo as regras imposta pela marca a não ser que ele quebre antes do final da garantia ai sim foi um produto mal fabricado). Não reclame também pela falta de sorte. Isso nada tem a ver com sorte, pois a culpa é da Obsolescência Programada. O produto sai da empresa com uma data prevista para quebrar ou com futuras novidades já previstas e criadas para torná-lo obsoleto e contra isso nada podemos fazer. Ao menos deveria existir uma regulação e um controle contra o abuso desse tipo de estratégia industrial.


Assista a seguir um documentário que traz maiores informações sobre Obsolescência Programada:

Título: A História Secreta da Obsolescência Programada
Diretor: Cosima Donnoritzer
Idioma: Espanhol
Legendado: PT/BR
Duração: 52 minutos
Ano: 2011



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