24 de ago. de 2013 | By: Fabrício

Pentagrama

O pentagrama surgiu entre os sumérios em 3000 a.C., com um significado astrológico. Desde os primórdios da humanidade, o ser humano sempre se sentiu envolto por forças superiores e trocas energéticas que nem sempre soube identificar. Sujeito a perigos e riscos, teve a necessidade de captar forças benéficas para se proteger de seus inimigos e das vibrações maléficas. Foi em busca de imagens, objetos, e criou símbolos para poder entrar em sintonia com energias superiores e ir ao encontro de alguma forma de proteção.

Dentre estes inúmeros símbolos criados pelo homem, se destaca o pentagrama, que evoca uma simbologia múltipla, sempre fundamentada no número 5, que exprime a união dos desiguais. As cinco pontas do pentagrama põem em acordo, numa união fecunda, o 3, que significa o principio masculino, e o 2, que corresponde ao princípio feminino. Ele simboliza, então, o andrógino. O pentagrama sempre esteve associado com o mistério e a magia. Ele é a forma mais simples de estrela, que deve ser traçada com uma única linha, sendo consequentemente chamado de "Laço Infinito".

A potência e associações do pentagrama evoluíram ao longo da história. Hoje é um símbolo onipresente entre os neopagãos, com muita profundidade mágica e grande significado simbólico. Um de seus mais antigos usos se encontra na Mesopotâmia, onde a figura do pentagrama aparecia em inscrições reais e simbolizava o poder imperial que se estendia "aos quatro cantos do mundo". Entre os Hebreus, o símbolo foi designado como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés). Às vezes é incorretamente chamado de "Selo de Salomão", sendo, entretanto, usado em paralelo com o Hexagrama.

No século V a.C., os discípulos de Pitágoras o adotaram como símbolo místico, representando os quatro elementos (terra, fogo, ar e água) mais o espírito. Em cada ponta, aparecia uma letra do nome da deusa da saúde, Hígia.


Na Idade Média, cristãos europeus passaram a usá-lo como amuleto contra demônios, representando as cinco chagas de Cristo. Na Renascença, o alquimista alemão Heinrich Cornelius Agrippa (1486-1535) resgatou o significado original dos cinco elementos.


No século XIX surgiu a versão "satânica", de cabeça para baixo, criada pelo ocultista francês Eliphas Levi (1810-1875). Ele dizia que se a ponta, que representa o espírito, ficasse para baixo, o pentagrama simbolizaria o domínio da matéria sobre as coisas elevadas, um símbolo de magia negra, no qual pode ser vista a face do bode Baphomet. Foi adotado pela Igreja de Satã, fundada por Anton LaVey em 1969. Isso agravou com grande intensidade a reação da Igreja Cristã, que transformou o símbolo sagrado do pentagrama, invertido ou não, em símbolo do diabo.

Os 12 conflitos que mais mataram pessoas

El Tres de Mayo - do pintor Francisco Goya

Os humanos se envolvem em disputas territoriais desde a Idade da Pedra, é verdade, mas a melhora tecnológica das “máquinas de matar” ao longo do último milênio fez com que os conflitos fizessem muito mais vítimas fatais em menos tempo – inclusive gente que não tinha nada a ver com a briga. Nesta lista, confira as guerras, revoltas e rebeliões que mais dizimaram vidas ao longo da história.

12 – Guerra dos Trinta Anos
Onde: Império Romano (Ásia, Europa e um pedacinho da África)
Quando: de 1618 a 1648
Número estimado de mortos: 3.000.000 a 11.500.000 pessoas

Esta versão “de bolso” de uma Guerra Mundial começou como um conflito religioso e foi tomando feições mais complexas até ninguém saber mais por que estava brigando. Muitos dos exércitos tinham mercenários em suas frentes de batalha, que trocavam de lado sempre que a oportunidade parecia interessante.

11 – Guerras Napoleônicas
Onde: Europa e ilhas nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico
Quando: de 1804 a 1815
Número estimado de mortos: 3.500.000 a 6.500.000 pessoas

O francês Napoleão Bonaparte estava bombando nas conquistas de territórios na Europa, mas não deu conta de lutar no inverno russo – muitos soldados viraram picolé e outra boa parte morreu de fome. A estratégia russa era queimar as cidades pelas quais o exército invasor iria passar para evitar que fossem saqueadas e fornecessem recursos aos inimigos.

10 – Segunda Guerra do Congo
Onde: República Democrática do Congo, África
Quando: de 1998 a 2003
Número estimado de mortos: 3.800.000 a 5.400.000 pessoas

Este é o conflito mais recente da lista. A Guerra acabou em um acordo entre as partes, mas a população sofre com as consequências até hoje. Em 2004, cerca de 1.000 pessoas morreram diariamente de desnutrição e doenças que seriam facilmente tratáveis se a região não estivesse tão debilitada.

9 – Guerra Civil Russa
Onde: Rússia
Quando: de 1917 a 1921
Número estimado de mortos: 5.000.000 a 9.000.000 pessoas

Ainda que se diga que a este conflito acabou em 1921, a verdade é que ele se prolongou por mais dois anos. O objetivo da revolta era acabar com a monarquia, mas os grupos envolvidos divergiam sobre que forma de governo seria implantada com o fim dos czares. Levou a melhor o pessoal do partido bolchevique, que estabeleceu o primeiro governo inspirado no socialismo de Karl Marx.

8 – Revolta Dungan
Onde: China
Quando: de 1862 a 1877
Número estimado de mortos: 8.000.000 a 12.000.000 pessoas

Os chineses da etnia Dugan (também chamada de Hui, de origem persa) se revoltaram e foram derrotados – os que sobraram desse conflito foram para territórios que hoje são parte da Rússia, Cazaquistão e Quirguistão.

7 – Investidas de Tamerlão
Onde: Ásia
Quando: de 1369 a 1405
Número estimado de mortos: 15.000.000 a 20.000.000 pessoas

Não se conquista um território sem matar umas pessoas, não é mesmo? Tamerlão e seus exércitos dizimaram muita gente na Ásia para expandir o Império Timúrida, que chegou a ter mais de 5,5 milhões de quilômetros quadrados. Saiba mais sobre Tamerlão e outrosgrandes conquistadores neste infográfico.

6 – Primeira Guerra Mundial
Onde: Todos os continentes – nem todos foram atacados, mas países de todos os continentes tomaram parte (e morreram) nesta guerra.
Quando: de 1914 a 1918
Número estimado de mortos: 15.000.000 a 65.000.000 pessoas

A estimativa mais alta de mortos (65 milhões) contabiliza as pessoas que pereceram da Gripe Espanhola, uma variação do vírus H1N1 (que no século XXI conhecemos como Gripe Suína). A Gripe Espanhola se espalhou generalizadamente pelo mundo no começo do século XX e a epidemia “pegou carona” na 1ª Guerra.

5 – Rebelião Taiping
Onde: China
Quando: de 1815 a 1864
Número estimado de mortos: 20.000.000 a 60.000.000 pessoas

Esta “rebelião” foi na verdade uma grande guerra civil no sul da China, liderada por um cristão, Hong Xiuquan, que dizia ser o irmão mais  novo de Jesus Cristo (pois é…).

4 – Disputa entre a dinastia Ming e Qing
Onde: China
Quando: de 1616 a 1662
Número estimado de mortos: 25.000.000 pessoas

Os Qing vieram do nordeste da Grande Muralha da China e eram vassalos dos governantes da dinastia Ming (aquela dos famosos vasos de porcelana). Houve uma revolta de camponeses que depôs os Ming e criou a Dinastia Shun – só que ela não durou muito tempo: os Qing dominaram a capital Beijing e assumiram o poder dizendo que estavam restabelecendo a “ordem imperial”. Mas na verdade eles estavam era pegando o poder pra eles mesmos.

3 – Investidas Mongóis
Onde: Ásia e leste europeu
Quando: de 1207 a 1472
Número estimado de mortos: 30.000.000 a 60.000.000 pessoas

Foram 265 anos de invasões empreendidas pelo povo mongol por toda a Ásia e parte da Europa. Haja fôlego para tanta briga! A recompensa: um império de mais de 12 milhões de quilômetros quadrados.

2 – Rebelião de An Lushuan
Onde: China
Quando: de 755 a 763
Número estimado de mortos: 33.000.000 a 36.000.000 pessoas

O general An Lushuan, durante a dinastia Tang, resolveu se declarar imperador de uma parte da China, o que não agradou a dinastia que reinava sobre o país. Foram 8 anos de confrontos que continuaram mesmo depois da morte de An Lushuan – e terminaram com a subjugação dos rebeldes e afirmação, mesmo que frágil, da dinastia Tang.

1 – Segunda Guerra Mundial
Onde: Todos os continentes - nem todos foram atacados, mas países de todos os continentes tomaram parte (e morreram) nesta guerra.
Quando: de 1939 a 1945 – 6 anos
Número estimado de mortos: 40.000.000 a 72.000.000 pessoas

Entre as vítimas deste conflito, 62% eram civis – ou seja: pessoas que não tinham nada a ver com a briga além do fato de estarem lá (e, bem, serem judeus, ciganos, homossexuais, terem uma deficiência…). Além das armas de fogo convencionais, nessa guerra rolou gás mostarda, testes com pessoas em campos de concentração e a última novidade do momento: bombas nucleares.



FONTE: Revista Superinteressante.
23 de ago. de 2013 | By: Fabrício

“O Emprego”, o curta animado que desenha o que muita gente não entende…


Todo dia é a mesma coisa. Acordamos bem cedo, tomamos um café, nos aprontamos e vamos para nossos trabalhos. Cada um tem uma função, cada qual tenta se encaixar como pode neste mundo maluco. No curta El Empleo (O Emprego), a história não é muito diferente, exceto que os empregos são um bocado incomuns.

El Empleo é um curta produzido em 2008, dirigido por Santiago Grasso e escrito por Patricio Gabriel Plaza. A animação ganhou nada menos que 102 prêmios. Este curta argentino vai deixar você intrigado, afinal, ele vem para debater diversas questões sobre a sociedade, as tecnologias, a qualidade de vida e dos trabalhos, das relações que temos uns com os outros e diversos outros assuntos com os quais não nos preocupamos.


Santiago Grasso (autor da animação) é desenhista, ilustrador e animador, formado pela Faculdade de Bellas Artes da Universidade Nacional de La Plata. Possui diversos curtas, dos quais se destaca "El Empleo", um curta de animação argentina de 2008, premiado em diversos festivais. A animação mostra a rotina melancólica, ligada a um mundo desconexo, de um homem, que percorre seu caminho usual até o trabalho, na qual usar as pessoas como objetos faz parte do cotidiano. 

Nesta animação, que retrata um mundo bizarro, onde tudo é substituído por pessoas, vemos que os personagens parecem lidar com grande naturalidade toda aquela estranheza do cotidiano. No início, e durante o curta, o que vemos é uma animação surreal, onde todos os objetos de um mundo real – desde a mobília da casa, o semáforo do trânsito até ao mecanismo que movimenta o elevador de um prédio – são substituídos por pessoas. Porém, é no final do curta que entendemos toda a melancolia daquele homem, que percorre seu caminho até o trabalho para ter o mesmo fim que o dos outros personagens: de ser um objeto. No seu caso, de ser um tapete na entrada de um escritório de um burguês. 

Coisificados, massificados e  precificados conforme seu desempenho corporativo, a realidade  dos  trabalhadores em  inúmeras empresas ao redor do mundo reflete  condições de trabalho rígidas, desumanizadas e desrespeitosas, que levam vários indivíduos a adoecer e  a  ter  problemas psicológicos que não são nada menos que a somatização da vida massacrante do homem contemporâneo encarcerado nas modernas senzalas de um sistema econômico que está tornando a humanidade cada vez mais materialista.

O final perturbador dessa animação mostra seu impacto e sua genialidade para transmitir uma crítica à sociedade contemporânea e ao sistema capitalista.

A partir destas críticas, podemos fazer um diálogo com uma categoria marxista: a “coisificação” do homem; a transformação do homem em simples objeto. Karl Marx aponta a reificação do homem como um dos males mais nocivo originado do capitalismo. 

Por fim, a crítica à sociedade contemporânea sintetiza a forma que as relações sociais estão deterioradas. É evidente o processo de desumanização das pessoas como algo natural, no qual o valor das pessoas é medido pelo que elas têm ou pelo que produzem e não pelo que são. 

Bom, assistam e tirem suas próprias conclusões.



Referências:
  • EL EMPLEO. Santiago Grasso. Argentina: Opusbou, 2008. 
  • MARX, Karl. O Capital. Coleção Os economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

6 episódios dos Simpsons para estudar História

Criada em 1987, Os Simpsons é a série mais longa a ocupar o horário nobre da TV estadunidense. Quem curte o desenho sabe que ele é cheio de referências de todo tipo – inclusive históricas. Listamos alguns episódios que podem ajudar quem está se preparando para o vestibular. Como os fatos históricos não são contados com exatidão pela família amarela, fica a ideia de um desafio para você: comparar a versão deles com os fatos reais e tentar encontrar as diferenças e referências. É um jeito bem mais divertido de estudar – e facilita a memorização!

Lemon of Troy (O Limoeiro de Troia)
Temporada 6, episódio 24
Para estudar:
Guerra de Troia


Como indica o próprio nome do episódio, a história é uma referência à lenda da Guerra de Troia, contada pelo poeta grego Homero. Os gregos teriam declarado guerra contra seus vizinhos troianos após o rapto de sua mais famosa e bonita cidadã do sexo feminino, a princesa Helena. No desenho, depois de uma discussão com Bart e seus amigos, os meninos de Shelbyville (a cidade vizinha) roubam o limoeiro histórico de Springfield. Ao descobrir isso, Bart, Milhouse, Nelson, Martin e Todd usam um plano semelhante ao do Cavalo de Troia para recuperar a árvore na cidade inimiga.



Margical History Tour (Marge Viaja na História)
Temporada 15, episódio 11
Para estudar
: Henrique VIII da Inglaterra e a criação da Igreja Anglicana, no século 16


Marge leva Lisa, Bart e Milhouse para fazer um trabalho na biblioteca de Springfield, mas descobrem que todos os livros importantes foram levados embora. Marge decide então dar uma aula do que os meninos precisavam estudar. Uma delas é a história do rei Henrique VII (Homer), que decide se divorciar de sua primeira esposa (Marge) porque ela não consegue lhe dar um herdeiro do sexo masculino. Como a Igreja Católica não lhe permitiu o divórcio, ele decide criar sua própria igreja e casa-se com Ana Bolena. O problema é que ela também não lhe dá filhos homens e o rei passa por vários casamentos, sem nunca conseguir o que deseja.



Homer vs. the Eighteenth Amendment (Homer contra a Lei Seca)
Temporada 8, episódio 18
Para estudar: 
A Lei Seca nos Estados Unidos nos anos 1920


O episódio faz referência à Lei Seca colocada em vigor com a 18ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos, que proibiu a venda, fabricação e transporte de bebidas alcoólicas entre 1920 e 1933. A população apoiou a medida inicialmente, mas depois o comércio e consumo ilegal de bebidas se tornaram comuns, com traficantes e mafiosos como Al Capone ganhando um imenso poder e fortuna. Nos Simpsons, a questão aparece após uma comemoração cheia de excessos do dia de São Patrício. Bart fica bêbado na frente de uma câmera de TV e, chocadas, as esposas de Springfield exigem uma lei que impeça o consumo exagerado de bebida na cidade. Então é reativada a Lei Seca, que havia sido criada 200 anos antes e estabelecia a “pena da catapulta” para quem a desrespeitasse. A partir daí, Homer se torna o “Barão da Cerveja”, vendendo a bebida ilegalmente.



The way we was (Nós somos jovens, jovens)
Episódio 12, temporada 2
Para estudar
: Anos 60 e 70 e o feminismo


Em “The way we was”, a TV da família quebra e Marge decide contar para Bart e Lisa a história de como ela e Homer se conheceram. Voltamos então para 1974, com muitas referências culturais da época, como o feminismo – Marge até chega a queimar seu sutiã.



Mother Simpson (Vovó Simpson)
Episódio 8, temporada 7
Para estudar: Movimento hippie 


Em “Mother Simpson”, Homer inventa um plano para fingir que morreu só para não ter que trabalhar num sábado. O problema é que todo mundo acreditou – inclusive a sua mãe, Mona Simpson, sumida há quase 30 anos e que volta para o suposto enterro do filho. Lisa e Bart perguntam porque ela sumiu por tanto tempo e ela conta a sua história, que se passa no ano de 1969. Na época, ela se junta ao movimento hippie e se envolve em confusões com a polícia por se envolver em protestos, tendo de fugir. O nome da vovó Simpson foi uma homenagem à verdadeira Mona Simpson, uma escritora americana feminista nascida em 1957 que foi casada com Richard Appel, um dos escritores da série. Mona é também a irmã biológica mais nova de Steve Jobs.



Lisa’s First Word (A primeira palavra de Lisa)
Episódio 10, temporada 4
Para estudar: A Guerra Fria e os anos 80


Enquanto tentam fazer Maggie falar “papai”, Homer conta a história da primeira palavra de Lisa. Para isso, voltam aos anos 80 em um episódio cheio de referências da época, incluindo a Guerra Fria e o boicote da União Soviética às Olimpíadas de 1984 em Los Angeles, Estados Unidos, em retaliação ao boicote aos Jogos Olímpicos de Verão de 1980 encabeçado pelos EUA. Com isso, os americanos dominam o evento e Krusty, que havia prometido um hambúrguer para cada medalha de ouro que o país ganhasse, se dá mal e perde milhões de dólares com a promoção.

22 de ago. de 2013 | By: Fabrício

O Palácio de Versalhes

Vista panorâmica do Palácio de Versalhes

O Palácio de Versalhes é um castelo real localizado na cidade de Versalhes, subúrbio de Paris. Desde 1682 até 1789, ano em que teve início a Revolução Francesa, foi o centro do poder do Antigo Regime na França. Sua localização deve-se ao fato da procura de um local afastado dos grandes centros, devido ao grande tumulto de gente e doenças nesses locais. Construído pelo rei Luís XIV, o "Rei Sol", a partir de 1664, veio mais tarde a tornar-se, em 1682, a residência oficial do monarca e também o símbolo da monarquia absolutista, sustentada pelo rei. Considerado o maior palácio da época e um dos maiores atualmente, o Palácio de Versalhes possui uma ampla extensão que ocupa mais de 100 hectares, possuindo 700 quartos, 352 chaminés, 1250 lareiras, 67 escadas, 2153 janelas e um parque de 700 hectares. Pela sua opulência e grandiosidade, tornou-se o mais luxuoso de toda a Europa, tendo sido, por inúmeras vezes, copiado. Foi projetado pelo arquiteto francês Louis Le Vau, sendo concluído por Jules Hardouin-Mansart, após sua morte. Em 1837, após a Revolução Francesa, o Palácio foi transformado em um museu de História, atualmente, sendo o ponto turístico mais visitado da França recebendo, em média, 8 milhões de turistas por ano.

Luís XIV, o "Rei Sol"

O Palácio de Versalhes era bastante conhecido pela sua ostentação e riqueza. Alguns historiadores lançaram relatórios que estimavam o custo para a manutenção do palácio. Segundo tais relatórios, esses valores chegavam a consumir exorbitantes, 25% do rendimento do governo francês. Porém muitos historiadores discordam desses relatórios, afirmando que esse número seria inflacionado, a fim de aumentar as extravagâncias da família real, levando assim, a uma das causas da Revolução Francesa. A hipótese mais provável é que os custos não ultrapassavam os 6%, tendo uma média geral de cerca de 3,5%. Já com relação ao valor das obras, o debate é ainda maior. Em 2001, os historiadores estadunidense Miffllin e Littell, divulgaram um relatório que estimava o custo da obra em cerca de US$ 2 bilhões, número este, discordado por muitos, que mencionam a existência de supostos relatórios financeiros da época, que mencionam um gasto de mais de 60 milhões de livres de ouro, antiga unidade monetária francesa, o que leva a valores entre 12 e 300 bilhões de dólares.

Versalhes teve seu projeto criado inicialmente por Le Vau e continha os seguintes espaços principais:

Grand Appartement du Roi (Grande Apartamento Real): Consistia em um grande espaço que ocupava juntamente com o Grand Appartement de la Reine todo o primeiro andar do palácio. Era um espaço particular do rei, porém Luís XIV achou as salas frias e preferiu ocupar as instalações ocupadas anteriormente por seu pai, ficando o Grand Appartement du Roi sendo reservado para as funções da corte. A estrutura deste imenso "cômodo" baseava-se no formato do sistema heliocentral com o centro posto no Salon d'Apollon (Salão de Apolo). Este apartamento era formado pelos seguintes salões: Salon de Diane, de Saturne, Jupiter, Mars, Vénus e o de Mercure. Cada um dos salões foram nomeados com o nome de divindades romana associadas a um dos planetas. Todo o espaço foi decorado com estátuas e ornamentos feitos em prata e ouro, tendo sido todo o trabalho efetuado por Charles Le Brun em estilos decorativos italianos.

Grand Appartement du Roi 

Grand Appartement de la Reine: Formado por uma fila de salas, foi utilizado como residência de três rainhas francesas: Maria Tereza de Espanha, esposa de Luís XIV; Maria Leszczyńska, esposa de Luís XV e Maria Antonieta, esposa de Luís XVI. Este imenso cômodo consiste em um conjunto de salas enfileiradas que segue abaixo:

Grand Appartement  de la Reine: Confira o esplendor do quarto, que conserva a 
verdadeira característica da rainha, o amor à vida monótona e fria, regados de muito dinheiro e luxo.

Salle des Gardes de la Reine: Foi o quarto em que aconteceu um combate entre os revoltosos da Revolução Francesa e os guardas da rainha que morreram tentando protegê-la.

Grand Cabinet: Sala usada para audiências formais dadas pela rainha Maria Antonieta.

Antichambre: Era o local usado pela família real, incluindo o rei e a rainha, para promover banquetes reais em público, também servindo como uma sala de teatro.

Chambre de la Reine: Funcionava como o quarto de dormir da rainha Maria Antonieta, tendo sido invadido por revoltosos na noite de 6 para 7 de outubro de 1789, obrigando assim a rainha a fugir por um corredor secreto que ligava o seu quarto com os aposentos do Rei.

Galeria dos Espelhos: É uma sala conhecida internacionalmente pela assinatura do Tratado de Versalhes em seu interior. Consiste em um grande espaço envolto de espelhos em sua estrutura tendo o teto em formato de um arco revestido de dezessete espelhos que refletem a vista das imensas janelas que o compõem. Tendo sido importado de Veneza na Itália, os espelhos eram tidos como os mais extravagantes elementos que se podia adquirir na época. Tendo sido decorado com pinturas que retratava o heroísmo e as vitórias militares de Luís XIV, foi nesta sala que aconteceu o evento mais dispendioso do século XVIII: o Baile dos Teixos, um baile à fantasia em que o rei Luís XV, fantasiado de teixo, encantou-se com Jeanne- Antoinette que estava vestida como a deusa Diana, e que mais tarde se tornaria sua amante e conhecida na história como Madame de Pompadour.

Galeria dos Espelhos: Como você se imagina num local como este?
Um verdadeiro rei da França ou aquele que tem a capacidade de mudar a realidade do seu próximo?


REGRAS DE ETIQUETA
  
Elaboradas por Luís XIV, estas regras tornaram-se o meio do progresso social da corte francesa que incluía os pontos que seguem abaixo:

1. O rei não aceitava ser incomodado, nem ao menos ouvir uma batida na porta, sendo permitido apenas um pequeno arranhão com o dedo mindinho esquerdo em sua porta.

2. Quando um cavalheiro ia se sentar, deveria deslizar seu pé esquerdo em frente ao outro, pousando as mãos na cadeira e suavemente poderia se sentar, pois se fizesse isso de maneira abrupta, poderia rasgar suas calças apertadas.

3. Não era permitido que os homens e as mulheres cruzassem as pernas em público.

4. Os vestidos das damas eram feitos de tal forma que não permitissem fazer ações que não fosse sentar e caminhar. Por esse motivo, elas passavam a maior parte do tempo bordando, pintando, escrevendo cartas e criando seus próprios cosméticos.

5. Assim como as damas da corte, os homens não podiam fazer outras ações a não ser escrever cartas, ler discursos e praticar esportes como, tiro ao arco e caça. 

6. Não era permitido que as damas segurassem a mão ou abraçassem um cavalheiro, podendo apenas tocar nas pontas dos dedos de um homem ou dar um leve tapinha no seu cotovelo.

OUI MADAME, NON MONSIEUR
Os empregados da corte vêm de famílias pobres e têm, entre outras obrigações, que recolher penicos e escarradeiras e despejar o conteúdo nas fossas do lado de fora do palácio. Mas trabalhar no palácio tem suas vantagens: a comida é farta e é possível subir posições dependendo do talento ou de favores. Em dias de festas, sem a presença de lacaios, os nobres urinam atrás das cortinas dos salões

CABEÇAS COROADAS
Grandes festas acontecem pelo menos três vezes por semana. Algumas duram dias e têm óperas e jogos nos jardins. Há também recepções mais íntimas, organizadas no Petit Trianon, a residência particular da rainha. Para se ter uma idéia, só os gastos ali somam 1 milhão de libras por ano. O rei raramente participa desses embalos. Ele leva uma vida quase reclusa em seus aposentos, com amigos, amantes e gatos

PEGA LADRÃO
Apesar da numerosa guarda real, é comum haver larápios e batedores de carteira infiltrados nas festas. Relógios, moedas e objetos valiosos somem com freqüência, até dentro dos aposentos do rei. Também ficam cada vez mais constantes as visitas de indigentes ao palácio. É uma massa faminta e indignada com a boa vida da nobreza que, um dia, fará eclodir uma revolução

PARADA DE SUCESSO
As artes recebem grandes incentivos da corte. Mozart e Salieri se apresentam em concertos semanais. Peças de teatro são financiadas pela rainha (quase 1200 foram encenadas nos 19 anos de reinado) e mais de 20 mil obras entre pinturas, desenhos e esculturas estão expostas no palácio. Pensadores e intelectuais também são respeitados e se tornam assuntos nas rodinhas. Trata-se de gente como Diderot, Rousseau e Robespierre

DIETA JÁ
Comer é uma festa. Aqui, um almocinho simples envolve dezenas de empregados, cerca de 40 bocas para alimentar. São pelo menos sete opções de pratos para cada um dos serviços: entradas, sopas, carnes, assados, vegetais e legumes, sobremesas, cafés, licores. Os pratos impressionam o paladar e os olhos. Num único dia, são consumidos 60 gansos, além de dezenas de peixes e outras aves em quantidade ainda superior

VERDE PARA POUCOS
Passear pelos canteiros dispostos em formas geométricas é uma das atividades mais comuns e prazerosas por aqui. O próprio rei Luís XVI costuma caminhar de 4 a 8 quilômetros entre os 132 quilômetros de ruelas ladeadas por árvores frutíferas. Para manter esse verde todo, além dos canais, lagos e fontes são necessários 3600 metros cúbicos de água por hora. Enquanto isso, apenas algumas dezenas de casas têm água em Paris

CUSTO DE VIDA
Manter-se em Versalhes é caríssimo: é preciso vestir-se de maneira luxuosa, ter dinheiro para os jogos de cartas, para as carruagens e os cabeleireiros. Enquanto uma família burguesa de vida mediana gasta 15 mil libras por ano, uma duquesa gasta a mesma quantia em um único vestido, bordado a ouro. Os burgueses – que negociam os tais tecidos – estão enriquecendo à custa dos caros hábitos da nobreza

CONSPIRAÇÃO
A pouca afinidade do rei Luís XVI com a política abre espaço a facções políticas afeitas a todo tipo de corrupção e intriga, as chamadas coteries. A convivência tão próxima de grupos divergentes cria um clima cínico nos salões, onde as conspirações são comuns e gestos e olhares estão sempre carregados de segundas intenções

O PALÁCIO HOJE
                                                               
Atualmente o palácio é um museu de história, sendo o ponto turístico mais visitado da França, ao contrário do que muitos pensam ser a Torre Eiffell ou o museu do Louvre. Com grandes acervos de excelentes pintores do século XVII e XVIII, o palácio ainda conserva grandes características da época, sendo uma grande oportunidade de conhecer a história que se passa por trás da Revolução Francesa e da corte que ali vivia, regada de luxo e esplendor. Este palácio revela uma triste realidade do homem: o mero desprezo pelo seu próximo, que ao construir um palácio como esse não está preocupado com os problemas das pessoas mais carentes que, na época, viviam esquecidas, entre a miséria, a fome e a opressão. Morriam de fome, porque eram obrigadas a dar quase tudo que tinham em forma de impostos para aumentar a riqueza dos nobres e o luxo dos monarcas que viviam suas vidas monótonas e despreocupadas. Tudo para alimentar ainda mais sua ganância. Como dizia o filósofo Arthur Schopenhauer, “A riqueza é como água salgada: quanto mais se bebe, mais sede se tem." Por isso, devemos ter em mente o mesmo pensamento de Gotthold Lessing que afirmou que "A riqueza é a menor das necessidades; pois a maior é a sabedoria.”

CURIOSIDADES:
  • Ao se visitar o Palácio de Versalhes, em Paris, observa-se que o suntuoso palácio não têm banheiros. Na Idade Média, não existiam dentifrícios ou escovas de dente, perfumes, desodorantes, muitos menos papel higiênico. As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio. Em dia de festa, a cozinha do palácio conseguia preparar banquete para 1.500 pessoas, sem a mínima higiene.

  • Vemos, nos filmes de hoje, as pessoas sendo abanadas. A explicação não está no calor, mas no mau cheiro que exalavam por debaixo das saias (que propositalmente eram feitas para conter o odor das partes íntimas, já que não havia higiene).

  • Também não havia o costume de se tomar banho devido ao frio e à quase inexistência de água encanada. O mau cheiro era dissipado pelo abanador. Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, para dissipar o mau cheiro que o corpo e boca exalavam, além de, também, espantar os insetos. 

  • Quem já esteve em Versalhes admirou muito os jardins enormes e belos que, na época, não eram só contemplados, mas "usados" como vaso sanitário nas famosas baladas promovidas pela monarquia, porque não existia banheiro.

Faça um tour virtual gratuito pelo Palácio de Versalhes

Google disponibilizou para os seus visitantes um tour virtual por uma das principais exposições do Palácio de Versalhes. 

Para fazer a visita, basta acessar este link. A galeria, oferece ao público 11 novas salas, sendo 4 delas multimídia, além de 90 obras nunca expostas anteriormente. O projeto da Google deve ser ampliado em breve para outros espaços históricos ao redor do mundo.

15 de ago. de 2013 | By: Fabrício

Ser professor no Brasil

Manifestação de professores.

A educação brasileira atravessa uma crise de longa data, várias são as supostas causas que provocam esse infortúnio, muitos acreditam que a baixa qualidade do ensino está ligada à deficiência do professor. 

Frequentemente são divulgadas pesquisas de diferentes órgãos que emitem informações acerca da atuação do professor brasileiro, além disso, inúmeros informes, artigos, reportagens afirmam que a maioria dos professores não desempenha de forma eficiente o seu trabalho. No entanto, essas pesquisas não verificam os fatores que afetam a qualidade do trabalho do professor. Esse profissional, em geral, vive cansado diante de tantas atividades que a função requer; o excesso de tarefas ligadas à função de professor causa um esgotamento físico e intelectual. Comportamento resultante do sistema de ensino extremamente burocrático adotado no país. O importante é verificar o que causou essa transformação. 

O professor brasileiro é cercado de um arsenal de burocracias, como: diários, planos de aula, fichas avaliativas, formulários, entre outros. Incluindo ainda a imensa quantidade de trabalho que o professor leva para casa, tais como: plano de aula, elaboração de atividades, provas, trabalhos, correções, testes, projetos etc. Esses não são os únicos agravantes, o professor tem que enfrentar o problema da indisciplina escolar difundida na maioria das escolas brasileiras, como excesso de conversa, bagunça, salas superlotadas, uso indevido de aparelhos eletrônicos que invadiram as escolas, isso, aliado ao baixo salário, praticado na maioria das vezes. A defasagem salarial não supre todo o trabalho realizado fora da escola, nos finais de semana e feriados. 


Somado a tudo o que foi citado acima, o professor ainda se submete aos vários tipos de violências ocorridas na sala de aula, dentre as principais estão: violência verbal ou assédio moral (palavras ofensivas direcionadas ao professor no momento do intervalo), violência moral (diferenciações entre níveis de ensino e professores). Além de pressões exercidas por parte da coordenação por melhorias de notas, perseguições, fiscalização semelhante à vigilância nas salas. Enfim, esses são alguns dos motivos que levam o professor a entrar em tal condição. O conjunto de situações apresentadas exerce grande influência na qualidade de vida e no trabalho do docente. 

Comumente, milhares de professores entram em depressão ou sofrem de doenças ligadas ao estresse. Em suma, a deficiência do professor existe, porém é preciso verificar o que provoca as limitações profissionais dos mesmos.

É importante salientar ainda que todas essas adversidades que permeiam o cotidiano dos professores, não são algo exclusivo da rede pública de ensino (seja ela de seu âmbito estadual ou municipal), pode-se incluir portanto as escolas privadas, que apesar de oferecerem uma estrutura melhor, os professores também sofrem com a violência verbal que muitos "filhinhos de papai", fazem com os docentes. O pior é que em situações como essa, é comum o colégio ficar ao lado dos pais, pois não querem perder ($$$$$$$) o aluno.

Retrato das salas superlotadas em nosso país.

É essencial que sejam dadas ao professor todas as condições necessárias para que possa ser o melhor profissional possível: ótimo material didático, um ambiente de ensino limpo, seguro e confortável, recursos tecnológicos e educacionais e incentivos de toda ordem. Também é fundamental que os salários sejam aumentados periodicamente. E acima de tudo, que haja participação dos pais na vida escolar de seus filhos. Que educadores e pais possam conviver e discutir os problemas da escola para o bem comum, uma vez não se podem ser desassociados, pois se esse elo se rompe fica difícil promover uma boa educação.

Benjamin Disraeli (1804-1881), grande político e escritor britânico, afirmou: "O destino deste país depende da educação de nosso povo". O mesmo se aplica ao Brasil. O destino de nosso país depende da educação de nosso povo. Sem instrução, não há desenvolvimento nem prosperidade para todos. O Brasil nunca se tornará uma potência se a educação não se tornar prioridade e se os professores não forem considerados o elemento fundamental para o desenvolvimento da nação.