30 de mar. de 2014 | By: Fabrício

11 músicas que simbolizam os 21 anos do regime militar (1964-1985)

A lista a seguir, refere-se à 11 músicas sobre o regime militar brasileiro na tentativa de expor um panorama do período. Publicado na Folha de S. Paulo (28/03/2014) pelo historiador Marco Antonio Villa, que buscou sair do mesmismo (daquelas músicas clássicas que todos já estamos acostumados a ouvir quando se refere a ditadura militar).

“Opinião”, de Zé Ketty. Inaugura a música de protesto ao regime (e ao governador Carlos Lacerda, da Guanabara). E ainda em 1964.


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“Sinal Fechado”. Obra-prima de Paulinho da Viola. Coloca os dilemas da vida urbana, a correria, a pressa, o estresse, as relações partidas. É o Brasil moderno, industrial e urbano, que deixou para trás o mundo rural.



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“Apesar de Você”. A resposta musical de Chico Buarque ao principal redator do AI-5, o ministro da “Justiça” Gama e Silva.



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“Eu Te Amo, Meu Brasil”. É a música símbolo do ufanismo do regime, primária na letra, na música e na interpretação de “Os Incríveis”. Acabou demonizada.



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“País Tropical” de Jorge Ben (na época não era “Ben Jor”), é tão ufanista como ela, mas é mais elaborada e teve a célebre interpretação de Wilson Simonal.



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“Pare de Tomar a Pílula”. Odair José apresenta as contradições de um relacionamento amoroso em um país que, apesar da repressão política, estava realizando uma profunda transformação comportamental. E a música de Odair não era dirigida à classe média, mas ao “povão” dos subúrbios e periferias.



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“Tributo a Martim Luther King”. Foi uma das primeiras músicas (e de sucesso) que colocou o dedo na ferida do preconceito racial no Brasil. A interpretação de Wilson Simonal é belíssima (a música é dele e de Ronaldo Bôscoli).



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“As Curvas da Estrada de Santos” (Roberto Carlos/Erasmo Carlos). O carro como símbolo sexual e produto da modernização econômica do regime e do “milagre econômico.” A enorme expansão da indústria automobilística transformou o carro no objeto de consumo mais desejado e indispensável até para namorar. Em entrevista, Lula recordou duas alegrias quase que simultâneas: o início do namoro com dona Marisa e a compra de um TL (“Entrei no carro, ele pegou na hora. Banco reclinado. Me senti um rei. Depois eu só progredi na vida.” ).



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“Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil. Tortura e censura como sinônimos do auge do regime repressivo durante a vigência do AI-5.



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“Casa no Campo” (Zé Rodrix). Não está nem aí para a grande política. Sai da esfera do coletivo para a do indivíduo. Apresenta idilicamente o mundo rural como contraponto à vida nas metrópoles, símbolos do progresso do regime. Faz parte da revolução comportamental do período, do movimento hippie e com pitadas de contracultura.



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“Que País É Esse?” É um dos clássicos da Legião Urbana. Retrata bem a crise final do regime militar usando a pergunta do indefectível Francelino Pereira, presidente da Arena.

27 de mar. de 2014 | By: Fabrício

Aproximadamente 1 milhão de cavalos foram enviados para a Primeira Guerra Mundial. Somente 65.000 retornaram

E este número é aproximado, dizendo respeito somente ao exército inglês. Pesquisadores revelam que tomando todos os lados envolvidos, esse número pode ser até duas vezes maior. 

Historiadores calculam que mais do que 90% dos cavalos ingleses enviados para os campos de batalha na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) nunca retornaram. Na época, embora já se empregasse carros e tanques, e boa parte da guerra tenha sido realizada em trincheiras, os animais ainda representavam uma das principais formas de locomoção em terreno de combate. Era a chamada “cavalaria”, considerada uma tropa rápida e eficaz de luta envolvendo soldados.

Soldados enterram cavalos mortos em batalhas na Primeira Guerra.

Mas os cavalos não serviram apenas para carregar os soldados: esses incríveis animais também foram vitais para o envio de mensagens, transporte de armas e suprimentos. No teatro de guerra, deste modo, os cavalos tinham um valor estratégico. E isso, claro, consumia recursos. Como passavam horas e até dias carregando grandes quantidades e peso, passando frio e calor, precisavam ser alimentados corretamente. Durante os quatro anos de campanha, o exército bri-tânico, por exemplo, precisou arcar com toneladas de alimentos. 

De acordo com o site World War History Online, estima-se que até o fim da Primeira Guerra Mundial cerca de 8 milhões de cavalos tenham sido utilizados por ambos os lados envolvidos no conflito, além de 213 mil mulas. Haveria, no entanto, uma disputa a respeito do número de ani-mais que perderam suas vidas. Para os britânicos, dos quase 1 milhão de cavalos enviados ao front aliado, apenas 65.000 retornaram. A maioria teria morrido, mas muitos também se perde-ram ou simplesmente foram vendidos. É impossível determinar com exatidão o destino desses cavalos-soldados. Mas há espaço para algum heroísmo nisso tudo. Documentos encontrados no Ministério da Guerra, encontrados no Arquivo Nacional em New, revelam que dezenas de milhares de animais que corriam risco de morte após lutarem na guerra foram salvos graças a um ofício que Winston Churchill enviou para a sua própria secretaria de Estado de Guerra e par ao Ministério de Transporte. Em apenas uma semana, foram enviados de volta para Grã-Bretanha 21 mil cavalos.

Só os exércitos franceses utilizaram entre 1,5 milhão e 1,8 milhão de equinos, enquanto a Inglaterra levou para os campos de batalha outros 1,2 milhões e a Alemanha, 1 milhão. Os demais países, estimam historiadores, somavam 4 milhões de animais. Oitenta por cento dos cavalos franceses morreram em campo, 35% deles abatidos por tiros inimigos, destino parecido com os das demais tropas. A maior parte morria de fome e exaustão, sacrificada ou abandonada nas longas travessias entre os campos de batalha. 

Máscaras de gás para cavalos.

Em 1918, os poucos sobreviventes foram vendidos para os raros fazendeiros que tentavam retomar suas vidas. Os novos proprietários reclamavam que os cavalos estavam fracos, cansados, magros e pouco ajudavam nas plantações. Sem a ajuda desses bichos, a agricultura europeia recebeu um golpe fatal. Nos anos seguintes, o continente amargou uma grande fome. Na Alemanha, a falta de animais, somada ao bloqueio das nações aliadas, matou 763 000 pessoas, de acordo com estimativas oficiais. Na Rússia, cerca de 5 milhões de pessoas foram atingidas pela grande fome de 1921. 

Mobilização equina – Os cavalos começaram a ser recrutados no início da guerra, junto com os soldados. Na França, uma lei de 1877 permitia que o governo tomasse os animais para servir em conflitos. Assim, em agosto de 1914, 730 000 cavalos franceses, um em cada quatro no país, marcharam para as trincheiras. A França contou ainda com 20 000 animais vindos da Argélia e mais 30 000 importados de outros lugares. “No campo, desapareceram, ao mesmo tempo, homens e cavalos”, afirma a historiadora Gene Tempest, pesquisadora da Universidade Yale, nos Estados Unidos. “Isso fez com que a agricultura ficasse paralisada em 1914: a partida dessas duas forças de trabalho foi difícil de superar.” Gene conduziu um estudo de quatro anos sobre a presença dos cavalos nos exércitos britânicos e franceses na I Guerra Mundial. Vasculhou arquivos dos dois países e descobriu que os bichos eram muito mais numerosos nas batalhas do que se imaginava. “Devemos pensar na I Guerra Mundial como um conflito equestre. Sua força tornou possível a vida e os combates diários. Cavalos foram os principais motores da guerra”, afirma.

No início dos combates, os equinos retirados das fazendas, indústrias e pequenos sítios eram colocados nas linhas de frente — uma herança das guerras do século 19, apoiadas em colunas poderosas de cavaleiros. Com o desenvolvimento de armamentos mais precisos, os generais perceberam que os cavalos pouco ajudavam no front. Por serem grandes demais, tornavam-se alvos fáceis para tiros e bombas.

A cavalaria seria importante até o fim do conflito em batalhas no Oriente Médio e no leste da Europa. Mas, no oeste do continente, seu papel essencial era o de meio de transporte. Noventa por cento dos animais eram usados para carregar os canhões até a linha de tiro, transportar soldados, alimentos, armas, munições e correspondências. Eles carregavam os mortos após as batalhas e serviam como veículo silencioso para espionar tropas inimigas. Registros de combates, como fotos e diários, mostram que são poucos os acampamentos sem a presença de cavalos. “É um mito imaginar que, como a cavalaria desapareceu, os cavalos também estiveram ausente das guerras. Eles permaneceram absolutamente essenciais para todas as batalhas da primeira metade do século XX”, diz Gene.

A razão da larga utilização desses animais é que eles se davam muito melhor em ambientes frios e lamacentos — como as trincheiras — do que carros e caminhões. Na década de 1910, os cavalos eram mais disponíveis e baratos do que os motores. Além disso, a maior parte dos homens que lutaram na guerra estava acostumada a conduzir cavalos, enquanto eram raros os que sabiam dirigir caminhões e tanques. 

Cavalo equipado com metralhadora.

Morte no front — Estar longe das balas e minas, entretanto, não evitou o massacre dos animais. Como os soldados, eles morreram aos milhões. O serviço veterinário de guerra francês contabilizou, durante os quatro anos de guerra, 6,5 milhões de atendimentos aos cavalos — o que significa que cada um entrou nas enfermarias em torno de sete vezes. Para substituir essa força de trabalho tirada de circulação, os exércitos organizavam missões para a compra de animais ao redor do mundo. Os britânicos importaram 700 000 dos americanos e 5 000 dos uruguaios. A França comprou 500 000 dos Estados Unidos e outros 70 000 da Argentina. “No início do conflito, França e Inglaterra esperavam adquirir ainda mais dos países da América do Sul. No entanto, a biologia dos animais interveio a seu favor. Eles não suportavam muito bem a mudança de estação e a viagem era mais longa que dos Estados Unidos para a Europa”, explica Gene.

A França gastou 139 milhões de dólares no comércio equino com os Estados Unidos, enquanto os ingleses pagaram 337,5 milhões de dólares. Comparado ao preço dos animais europeus, os americanos eram bem mais baratos. “Era politicamente menos custoso comprar animais de fora do que pedir à população europeia que sacrificasse os seus”, diz a historiadora.

O número poderia ter sido maior, se os cavalos importados não fossem, em sua maioria, considerados selvagens pelos europeus. Relatos de soldados franceses mostram que era preciso domar os animais e ensiná-los a enfrentar os horrores da guerra antes que eles pudessem ser usados.

Além do número de bichos que diminuía, as tropas precisaram lidar ainda com outro problema: a alimentação. Em 1917, eram necessárias 3 750 toneladas de aveia diárias para suprir as necessidades dos animais. Desse total, 70% vinham dos Estados Unidos, que diminuíram as exportações devido ao alto preço do frete. Ver os cavalos famintos, sem forças para os combates e, muitas vezes, morrendo de inanição, significava um forte abalo emocional para os soldados. Para alguns, a perda dos animais inocentes era um trauma a mais, somado à morte inútil de milhões de companheiros entre balas, minas e o arame farpado que cobria as trincheiras.

A história dos cavalos na Primeira Guerra Mundial ainda é desconhecida do grande público. Mas, recentemente, foi possível descobrir um pouco mais sobre ela com o filme do diretor ameri-cano Steven Spielberg, “Cavalo de Guerra”, lançado em 2012. A sinopse do filme: Ted Narracot (Peter Mullan) é um camponês destemido e ex-herói de guerra. Com problemas de saúde e bebedeiras, batalha junto com a esposa Rose (Emily Watson) e o filho Albert (Jeremy Irvine) para sobreviver numa fazenda alugada, propriedade de um milionário sem escrúpulos (David Tewlis). Cansado da arrogância do senhorio, decide enfrentá-lo em um leilão e acaba comprando um ca-valo inadequado para os serviços de aragem nas suas terras. O que ele não sabia era que seu filho estabeleceria com o animal um conexão jamais imaginada. Batizado de Joey pelo jovem, os dois começam seus treinamentos e desenvolvem aptidões, mas a 1ª Guerra Mundial chegou e a cavalaria britânica o leva embora, sem que Albert possa se alistar por não ter idade suficiente. Já nos campos de batalha e durante anos, Joey mostra toda a sua força e determinação, passando por diversas situações de perigo e donos diferentes, mas o destino reservava para ele um final surpreendente. Clique aqui e veja o trailer.

Referências:

Os Presidentes e a Ditadura Militar



Esta publicação digital é parte do livro Os presidentes e a República: Deodoro da Fonseca a Luiz Inácio Lula da Silva, editado pelo Arquivo Nacional. Para o sítio Memórias Reveladas são destacados os presidentes que se relacionam ao período de exceção instalado a partir de março de 1964 e que perdurou até 1985. Essa edição compreende desde o mandato de João Goulart, destituído em março de 1964 pelo golpe militar, à eleição de Tancredo de Almeida Neves, que, apesar de não haver assumido o cargo, marcou o início do processo de redemocratização do Brasil. Os presidentes e a ditadura militar contém dados biográficos dos mandatários do país, acompanhados de informações acerca dos acontecimentos políticos e econômicos e das principais manifestações culturais do período, que contextualizam suas gestões. Com base nos acervos textuais e iconográficos sob a guarda do Arquivo Nacional, revelam-se diferentes aspectos sobre as lutas pela democracia e pela defesa dos direitos humanos, seriamente acometidos pela ditadura instaurada no Brasil.

Faça o download do livro: http://goo.gl/m1f1wF
25 de mar. de 2014 | By: Fabrício

Dica de site

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17 de mar. de 2014 | By: Fabrício

Crise política na Ucrânia


Em novembro de 2013 iniciou-se, na Ucrânia, uma onda de protestos em torno do parlamento do país, cuja motivação principal era a não assinatura de um tratado de livre-comércio comércio com a União Europeia. Esse episódio acirrou ainda mais as diferenças entre os dois principais grupos políticos ucranianos: os “pró-ocidente” e os mais próximos à Rússia.
A decisão de “adiar” o acordo, tomada pelo governo ucraniano, foi em grande parte motivada pela influência russa no país, que não vê com bons olhos a sua aproximação com o bloco europeu. Uma significativa parcela da população e grupos políticos opositores ficaram bastante descontentes com a postura submissa do governo e iniciaram as manifestações que, apesar da renúncia do primeiro-ministro Mykola Azarov em janeiro de 2014, parecem ainda estar longe de acabar.
A Ucrânia é um país de regime semipresidencialista, ou seja, o gabinete e as funções executivas nacionais são divididos entre o presidente (com mandato de cinco anos) e o primeiro-ministro, além de uma influência mais destacada do parlamento. O presidente ucraniano é Viktor Yanukovich, uma personalidade polêmica no país em virtude dos eventos eleitorais relacionados com a Revolução Laranja de 2004, o que o torna inimigo de uma poderosa e influente oposição “pró-ocidente”, a mesma que atualmente lidera boa parte das manifestações no país.
Quem são os manifestantes?
Os opositores ao governo de Yanukovich e da administração de Azarov são formados por várias frentes políticas, a maior parte constituída pela parcela da população mais “ocidental”, ou seja, mais próxima culturalmente da Europa, diferentemente dos 30% dos habitantes que falam russo e possuem uma cultura mais próxima ao país vizinho.
O principal líder e organizador dos protestos é Vitali Klitschko, uma personalidade esportiva do país (ex-campeão de boxe) e que se tornou também uma figura política, com intenções de, inclusive, concorrer à presidência em 2015. Ele atualmente lidera o movimento denominado Udar (“soco”, em tradução livre), que vem mostrando uma ampla frente de mobilização.
Outra força que está atualmente compondo as manifestações é o partido político Svoboda (que significa “liberdade”), liderado por Oleh Tyahnybok e que possui caráter nacionalista, sendo frequentemente acusado de possuir um caráter puramente fascista. Esse partido traz consigo outras frentes de extrema direita, como o Bratstvo e o Setor Direito.
Além dessas frentes, ainda existem grupos de esquerda e até anarquistas que buscam ganhar espaço com as manifestações. Esse grupo, minoritário, não objetiva defender o tratado com a União Europeia – causa maior das manifestações –, mas lutar por melhores condições sociais e atenuação dos índices de pobreza e desigualdade na Ucrânia.
Mas, sem dúvidas, a frente de oposição mais influente sob o ponto de vista internacional é o Pátria, segundo maior partido do país (atrás somente da frente governista), liderado por Arseniy Yatsenyuk, um militante extremamente próximo a Yulia Tymoshenko, ex-primeira-ministra do país presa por abuso de poder em 2009, uma das principais personalidades da Revolução Laranja de 2004.
Yulia Tysmoshenko, ex-primeira-ministra da Ucrânia

Yulia Tymoshenko e a Revolução Laranja de 2004
A Revolução Laranja foi uma série de protestos que tomou as ruas – de forma semelhante a que se iniciou no final de 2013 – durante as eleições presidenciais de 2004 e que se encerrou apenas no ano seguinte. A disputa eleitoral envolveu o atual presidente Viktor Yanukovich (mais próximo à Rússia) e Viktor Yushchenko (mais favorável à União Europeia), resultando na vitória do primeiro.
A oposição, no entanto, não acatou o resultado oficial, sobretudo, em virtude das inúmeras fraudes, imposições e ameaças ocorridas durante a realização do pleito, o que culminou em uma série de manifestações, a maioria delas liderada por Yulia Tymoshenko e o seu grupo, que ficou conhecido como “Bloco Yulia Tymoshenko”.
O evento resultou no cancelamento das eleições e em um novo segundo turno em 2005, com vitória para Victor Tymoshenko, que se aliou à Yulia, nomeando-a primeira-ministra de seu governo. Yanukovich, derrotado, conseguiu se eleger apenas nas eleições posteriores, em 2010.
No ano de 2009, Yulia Tymoshenko foi acusada de abuso de poder durante um acordo sobre a comercialização de gás natural com a Rússia, episódio que resultou em sua rápida condenação. A Europa aceitou a versão da ex-premiê de que a sua prisão teria sido de caráter puramente político, tornando a sua causa famosa internacionalmente.
As sanções contra os protestos
Com a resistência do governo ucraniano em não aderir à causa das manifestações de assinar o acordo de livre-comércio com a União Europeia, os militantes passaram a exigir a renúncia do presidente e do primeiro-ministro do país, apontados como os principais responsáveis pela influência russa nas decisões nacionais.
Sob a alegação de que os manifestantes utilizavam formas ilegais e violência exagerada durantes os protestos, o parlamento aprovou uma série de leis para reprimi-los duramente, principalmente através do uso da força policial. Essas medidas foram seriamente criticadas pela comunidade internacional, sobretudo após a morte de manifestantes em janeiro de 2014. Os Estados Unidos chegaram a ameaçar a imposição de sanções contra a Ucrânia caso as violações aos direitos humanos prosseguissem. No dia 28 de janeiro, após uma série de negociações entre governo e oposição, o presidente decidiu revogar as leis de repressão aos protestos.
A Renúncia de Mykola Azarov
O auge da tensão do país iniciou-se no dia 23 de Janeiro de 2014, quando cinco manifestantes morreram em confronto com a polícia, além dos inúmeros feridos. No mesmo dia, negociações foram realizadas sem sucesso, o que proporcionou a invasão de várias sedes do governo em diversas regiões do país. Além disso, os opositores também conseguiram invadir a Casa Ucraniana, na cidade de Kiev, e o Ministério da Justiça, que ficou sob o seu controle.
Dois dias depois, o governo ucraniano, mediante a elevação da tensão, ofereceu os cargos de primeiro-ministro ao líder Arseniy Yatsenyuk e o de vice-primeiro-ministro ao boxeador Vitali Klitschko, oferta prontamente recusada pela oposição. No entanto, as negociações continuam.
Em 28 de Janeiro, com o objetivo de diminuir o ímpeto das manifestações, o primeiro-ministro Mykola Arazov pediu a sua demissão. No entanto, a estratégia, ao menos até o momento, não surtiu efeito e os opositores continuam em protestos em exigência à renúncia também do presidente Yanukovich.
A influência russa e europeia sobre a Ucrânia
A ocorrência da crise política na Ucrânia, com a intensificação dos protestos, é o estopim de uma instabilidade política que marca a região há vários anos. A extinta União Soviética – da qual o território ucraniano era integrado – industrializou-se por meio de uma integração estrutural envolvendo todas as suas repúblicas, com o objetivo de garantir uma maior estabilidade territorial. Após a queda do Muro de Berlim, os países ex-soviéticos encontravam-se muito interdependentes, fato que se mantém ainda hoje em muitos aspectos.
Atualmente, a Ucrânia depende comercial e economicamente da Rússia, sobretudo por esta lhe fornecer gás natural, fonte de energia primordial ao país, e por ser o principal comprador de inúmeras matérias-primas produzidas pela economia ucraniana. Quando a Ucrânia se aproximou da União Europeia, a Rússia ofereceu melhores acordos econômicos e, segundo algumas versões não confirmadas oficialmente, ameaçou cortar o fornecimento de gás e a compra dos produtos ucranianos, além de impor restrições alfandegárias.
Por outro lado, a União Europeia, sobretudo a Alemanha, busca ampliar a sua influência sobre as nações asiáticas mais próximas ao ocidente, como é o caso da Ucrânia. Com isso, o bloco europeu conseguiria enfraquecer o domínio russo na região e também diminuir o poder da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), bloco econômico formado pelas antigas repúblicas soviéticas.
Fonte: Brasil Escola.

A importância estratégica da Crimeia

A Crimeia é uma província semiautônoma da Ucrânia localizada na região sul do país, em uma península situada às margens do Mar Negro. Trata-se de uma zona que, apesar de fazer parte do território ucraniano, ainda possui fortes relações étnicas e políticas com a Rússia, sendo um dos principais entraves entre os dois países em âmbito diplomático. 

O principal valor estratégico da Crimeia é, sem dúvida, a sua posição geográfica. A região representa uma saída importante para o Mar Negro, que é o único porto de águas quentes da Rússia. Isso significa que essa zona possui relevância tanto em nível comercial quanto no plano militar para os russos, por facilitar a movimentação de cargas e por garantir o controle do canal que liga esse mar ao Mar de Arzov, conforme podemos observar no mapa a seguir:

Mapa de localização da província da Crimeia

Outro ponto importante é o valor econômico da província, que é uma grande produtora de grãos e vinhos, apresentando também uma avançada indústria alimentícia. Os portos da Crimeia também são responsáveis por boa parte do escoamento da produção agrícola ucraniana que segue em direção à Europa e à própria Rússia, além de ser o ponto onde o país realiza uma considerável parte de suas importações, incluindo o gás russo. 

Em um acordo firmado em 2010, a Rússia instalou uma base militar em Sebastopol, cidade localizada no sul da Crimeia, com a permanência prevista até o ano de 2042. Em troca, o governo de Moscou cedeu US$ 40 bilhões de dólares em gás natural, fonte de energia da qual a Ucrânia é extremamente dependente. 

Além de todos esses fatores, na região concentra-se uma grande quantidade de povos ligados à Rússia, utilizando o idioma do país vizinho. Essa população corresponde a 60% dos mais de dois milhões de habitantes da região, que foi cedida à Ucrânia ainda na época da União Soviética pelo líder do Partido Comunista, Nikita Khrushchev. Nesse sentido, tanto o governo russo quanto o governo ucraniano procuram intensificar o sentimento nacionalista na região para ambos os lados a fim de ampliarem a influência ideológica local, atualmente polarizada entre os “pró-Rússia” e os “pró-Ucrânia”, esses últimos mais conhecidos como “pró-Europa”, por serem favoráveis a um estreitamento das relações comerciais com a União Europeia. 


Essa questão, inclusive, está no centro da crise que atingiu o país nos últimos tempos, resultando em uma série de protestos que derrubou, respectivamente, o primeiro-ministro, Mykola Azarov, e o presidente, Viktor Yanukovich, com a instituição de um novo governo. Essa mudança de poder foi uma represália à ação do então presidente que se recusou a assinar um tratado que estreitaria as relações comerciais ucranianas com a União Europeia, preferindo aproximar-se economicamente da Rússia, o que desagradou os comandos pró-Europa. 

O presidente russo, Vladimir Putin, então considerou essa tomada de poder como uma ação ilegítima. Assim, a região da Crimeia passou a ser dominada por um comando pró-Rússia, que vem procurando ampliar a autonomia da região e consolidar um centro de oposição ao novo governo instaurado. Assim, sob a justificativa de “normalizar” a situação e estabelecer uma proteção aos cidadãos russos, a Rússia enviou tropas para a Crimeia, ocupando aeroportos e bases militares na província. 


Esse movimento desagradou profundamente os governos ocidentais, notadamente a União Europeia e os Estados Unidos, que não veem com bons olhos um eventual crescimento do imperialismo russo na região. Por esse motivo, o presidente estadunidense Barack Obama vem articulando uma série de sanções diplomáticas e comerciais contra a Rússia para enfraquecer Moscou e pressionar Putin a recuar, o que vem contribuindo para elevar a tensão tanto em nível local quanto em escala mundial.

Fonte: Brasil Escola.
4 de mar. de 2014 | By: Fabrício

Banda Sabaton


Para aqueles que gostam de ouvir um bom metal e com letras com conteúdo, apresento-lhes a banda Sabaton.

Sabaton é uma banda de power metal sueca criada em 1999 da qual usa temas sobre guerras em suas letras. Com músicas com grande peso histórico, a banda tem músicas sobre o Dia D, Stalingrado e outros grandes conflitos. 

Em 1999 Joakim Brodén, Rickard Sundén, Oskar Montelius, Daniel Mÿhr, Daniel Mullback e Pär Sundström juntaram-se para formar uma banda. Depois das primeiras músicas serem gravadas a banda começou a receber convites de gravadoras. Em 2000 é apresentado o promo cd Fist for Fight, que inclui um cover Ken Kelly (Manowar).

Um ano depois deste lançamento, a banda grava o primeiro álbum, Metalizer. Em seguida, Sabaton percorre a Suécia, enquanto espera que a gravadora lance o seu primeiro álbum. Entretanto, decidem gravar outro, sem apoio financeiro da gravadora. Primo Victoria é o nome escolhido para o terceiro cd da banda. A gravadora Black Lodge mostra interesse no trabalho e acabam por assinar contrato.

Attero Dominatus (Julho de 2006), o quarto trabalho, é uma continuação dos temas de Primo Victoria

Vale a pena conferir a discografia deles, é o tipo de banda que você não consegue ouvir apenas uma vez.

Membros:
* Joakim Brodén – vocais
* Thobbe Englund - guitarra
* Chris Rörland - guitarra
* Pär Sundström - baixo
* Robban Bäck - bateria

 Discografia:
* 2000 – Fist For Fight
* 2005 – Primo Victoria
* 2006 – Attero Dominatus
* 2007 - Metalizer
* 2008 - The Art Of War
* 2010 - Coat Of Arms
* 2012 - Carolus Rex

Vídeo da música Screaming Eagles:



Vídeo da música Uprising: