30 de ago. de 2015 | By: Fabrício

Schwerer Gustav - A maior arma já usada em combate

Ilustração Schwerer Gustav

Em 1935, a França anunciou sua mais nova realização militar: a Linha Maginot, um complexo de fortificações muito sofisticado na fronteira com a Alemanha, destinado a impedir que se repetisse a invasão ao país ocorrida na Primeira Guerra. Os nazistas, no poder já havia dois anos, pensaram na resposta: construir um canhão que destruísse tal barreira.

Em meados dos anos de 1930, a indústria alemã Krupp (atualmente conhecida como ThyssenKrupp - é isso mesmo, justamente a empresa que é famosa por fabricar elevadores no Brasil), detentora de patentes diversas em armas, trens e outros equipamentos já naquela época, foi selecionada pelo governo alemão e recebeu uma encomenda literalmente monstruosa. Hoje seria fácil com mísseis teleguiados, mas na época foi um desafio e tanto! O engenheiro Erich Müller chegou à conclusão de que seria possível construir um canhão dessa magnitude, porém seria necessário um transporte adequado e que conseguisse carregar muita carga porque ele seria monstruosamente grande. A Krupp já tinha fama nos trilhos, então não foi difícil para eles encaixar a gigantesca arma sobre o vagão de um poderoso trem.


O resultado foi a maior arma já usada em combate, o Schwerer Gustav – ou Gustav Pesado. Ele tinha 46,3 metros de comprimento, 11,6 de altura e pesava 1350 toneladas – equivalente a 20 tanques superpesados Tiger II, os maiores da guerra. Schwerer Gustav, é como foi chamado o canhão, em honra do seu criador Gustav Krupp, diretor da empresa entre 1909 e 1944.
A superarma não foi completada a tempo da invasão da França, em maio de 1940. Nem foi necessária: os alemães simplesmente invadiram a Bélgica e a Holanda e deram a volta na Linha Maginot, até hoje um dos maiores fracassos militares da História.

Gustav e sua irmã gêmea, Dora, agiriam no Front Oriental. Gustav foi utilizado no Cerco de Sebastopol (região da atual Ucrânia), em 1942, destruindo fortificações costeiras soviéticas. Quarenta e oito tiros foram disparados antes que o cano acabasse gasto e fosse mandado de volta à Alemanha. Dora foi levada a Stalingrado. Essa foi a maior de toda História, mas não se sabe ao certo se chegou a dar um único tiro.

Schwerer Gustav

A artilharia hiperpesada, porém, era um conceito tão ultrapassado quanto a Linha Maginot. Aviões podiam fazer o trabalho bem melhor, a menos custo e sem as complicações logísticas de um supercanhão.

Curiosidades:

  • Operação Simples: Os projéteis eram trazidos pela ferrovia e içados por dois guindastes elétricos. A tecnologia acabava por aí: os soldados os empurravam até a base do canhão em carrinhos, rolavam-nos com as mãos para a posição e os introduziam no canhão também manualmente, usando uma bucha.
  • Comboio: O canhão era desmontado para ser carregado em ferrovias comuns. Em carros separados iam a culatra, as duas seções do cano, a cobertura do cano, o munhão e a base, dividida pela metade, também em duas partes. Os carros de suporte iam direto nos trilhos. No total, o comboio tinha 25 carros e 1500 metros de comprimento.
  • Primitivo: Para o maior canhão da história, o Gustav era uma máquina relativamente simples. Era fixo na horizontal e só atirava para a frente. Para mirar, usava-se uma ferrovia curva – a posição nos trilhos indicava a direção do alvo. Mesmo com balas tão potentes, não era necessário fixá-lo ao chão para proteger dos recuos. Era tão pesado que bastavam os freios das rodas, e ele mal se movia para trás ao atirar.
  • Cano: Com 32 metros de comprimento, a arma podia disparar a cada 15 minutos, ainda que, em média, o mais comum fossem 14 disparos por dia. Pelo ângulo, os projéteis atingiam 12 quilômetros de altitude. Era possível atirar 300 vezes antes que a parte interna ficasse gasta e tivesse de ser mandada para a Alemanha para reparos. O ângulo de disparo era ajustado por motores elétricos. 

Assista ao vídeo a seguir:







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