18 de mai. de 2014 | By: Fabrício

Jongos, Calangos e Folias. Música Negra, Memória e Poesia

O filme Jongos, Calangos e Folias: Música Negra, memória e poesia é um documentário historiográfico constituído a partir do acervo UFF Petrobrás Cultural Memória e Música Negra. Destina-se também a finalidades didáticas, no âmbito das Diretrizas Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, publicadas em 2004. A historia dos jongos, calangos e folias, como patrimônios culturais, é apresentada de forma associada à historia social dos grupos que lhe dão suporte. O filme coloca em destaque o papel da poesia negra em todas as três manifestações culturais e seu papel na legitimação política das comunidades remanescentes de quilombo do estado do Rio de Janeiro.

A primeira parte do filme refere-se ao litoral do estado, sul e norte, ponto de desembarque do últimos africanos chegados como escravos no Brasil, e apresenta as comunidades quilombolas do Bracuí, em Angra dos Reis, e Rasa, em Búzios. A segunda parte sobe a Serra do Mar, chega ao Vale do Paraíba, o velho vale do café no século XIX, para onde se dirigiu a maioria dos recém chegados. Alí são entrevistados representantes das comunidades de Barra do Piraí, Quilombo São José da Serra e Duas Barras. A terceira e última parte, desce a serra, e atinge a Baixada Fluminense, especialmente Nova Iguaçu, Mesquita, Duque de Caxias e São João do Meriti, para onde muitos dos descendentes dos últimos escravos se dirigiram, em diferentes momentos do século XX, na busca por melhores oportunidades de trabalho. Em todas as regiões apresentam-se as relações entre os jongos, calangos e folias de reis, como patrimônios familiares, com destaque para a poesia e os desafios presentes nestas manifestações.

O resultado é o DVD "Jongos, Calangos e Folias: música negra, memória e poesia". Dirigido por Martha Abreu e Hebe Mattos, o filme tem edição de Isabel Castro e fotografia de Guilherme Fernandez. A pesquisa para o filme, com mais de 180 horas de gravação, foi desenvolvida ao longo de 2006 e 2007, e contou com uma equipe grande formada por mestrandos, doutores e muitos alunos de iniciação científica, que entrevistaram diversos grupos do Estado do Rio de Janeiro, descendentes da última geração de africanos e escravos.

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