17 de nov. de 2013 | By: Fabrício

A Ordem dos Cavaleiros Templários


Os Cavaleiros Templários foram uma das primeiras e mais conhecidas ordens militares da Europa Cristã - sociedades de cavaleiros cuja missão, pelo menos aparentemente, era defender e propagar a sua fé religiosa. A ordem dos Templários teve origem no ano de 1118, cerca de suas décadas depois de as Cruzadas europeias terem conquistado a cidade e massacrado os seus habitantes muçulmanos. Um cavaleiro francês chamado Hugues de Payens e oito dos seus companheiros ofereceram os seus serviços ao Rei cristão Balduíno II e juraram defender a cidade contra todo e qualquer inimigo. Como quartel-general da ordem, Balduíno ofereceu-lhes a Mesquita Al Aqsa, onde o Rei Salomão tinha construído o original Templo de Jerusalém. Por essa razão, os cavaleiros apelidaram-se como Pauperes Commilitones Christi Templique Solomonici - expressão latina para "os pobres soldados seguidores de Cristo e do Templo de Salomão" - e ao longo do tempo a ordem passou a ser conhecida como Ordem do Templo ou Templários.

Nos dois séculos que se seguiram, os Templários tornaram-se numa das organizações mais poderosas do mundo medieval. Os seus guerreiros, que usavam sobre as suas armaduras mantos brancos embelezados com uma cruz vermelha, ganharam reputação pela sua destreza na luta, disciplina e tenacidade. Os cavaleiros da ordem juravam obediência total e inquestionável aos seus líderes. De forma geral, lutavam com afinco, tendo em mente que um soldado que fosse considerado cobarde teria que despir o seu manto e tinha que comer no chão, como os cães, durante um ano (a ordem também tinha a política de não pagar resgate por soldados capturados em batalha). Segundo a edição de 1911 da Enciclopédia Católica, cerca de 20 mil soldados Templários deram a vida em batalhas contras às forças muçulmanas ao longo dos anos em que a ordem existiu.

Com o tempo, os Templários também se tornaram numa força política e econômica. Vários papas recompensaram os Templários ordenando que estes ficariam isentos de quaisquer impostos, incluindo a taxa que fazia com que a própria Igreja funcionasse. A ordem foi admitindo vários elementos não-guerreiros por toda a Europa, que iam penhorando os seus tesouros para adquirirem terras e edifícios e para criarem um império financeiro que funcionava como um dos principais sistemas bancários europeus. Chegaram mesmo a controlar o governo de Jerusalém. Depois de os muçulmanos terem recuperado o controlo de Jerusalém em meados do século XIII, o império dos Templários começou a enfraquecer. O fracasso em manter o poder na Terra Santa e os rumores sobre os seus rituais secretos mancharam a reputação da ordem, anteriormente inabalável. No início do século XIV, o rei francês Filipe IV, que tinha feito um grande empréstimo aos Templários, decidiu destruir a ordem para não ter que pagar o que tinha pedido. Filipe conseguiu persuadir o papa Clemente V, um homem francês que a Enciclopédia Católica descreve como sendo uma pessoa de "personalidade fraca e facilmente influenciável", a perseguir os templários, acusando-os de heresia e sacrilégio, como por exemplo, dizendo que cuspiam para o crucifixo.

Em 1307, o rei francês deu ordens secretas para que todos os elementos da ordem do seu país fossem presos no mesmo dia, e muitos deles foram torturados e mortos. O papa Clemente dissolveu oficialmente a ordem dos Templários no ano de 1312. No ano seguinte, o grão-mestre dos Templários, James de Molay, renegou as suas convicções quando estava prestes a morrer na forca em frente à Notre Dame, em Paris. O rei Filipe ordenou a sua deportação para a Ilha de la Cite, onde acabou por morrer na fogueira. Alguns elementos dos Templários conseguiram sobreviver e nos séculos que se seguiram, vários países europeus e os Estados Unidos sofreram grandes reformas e a organização passou de uma ordem militar a fraterna e filantrópica. Hoje em dia, os Cavaleiros Templários estão na lista de organizações não governamentais das Nações Unidas.

FONTE: National Geographic

SAIBA MAIS:
Assista ao documentário a seguir.

0 comentários:

Postar um comentário