A lista a seguir, refere-se à 11 músicas sobre o regime militar brasileiro na tentativa de expor um panorama do período. Publicado na Folha de S. Paulo (28/03/2014) pelo historiador Marco Antonio Villa, que buscou sair do mesmismo (daquelas músicas clássicas que todos já estamos acostumados a ouvir quando se refere a ditadura militar).
“Opinião”, de Zé Ketty. Inaugura a música de protesto ao regime (e ao governador Carlos Lacerda, da Guanabara). E ainda em 1964.
“Opinião”, de Zé Ketty. Inaugura a música de protesto ao regime (e ao governador Carlos Lacerda, da Guanabara). E ainda em 1964.
==========
“Sinal Fechado”. Obra-prima de Paulinho da Viola. Coloca os dilemas da vida urbana, a correria, a pressa, o estresse, as relações partidas. É o Brasil moderno, industrial e urbano, que deixou para trás o mundo rural.
==========
“Apesar de Você”.
A resposta musical de Chico Buarque ao principal redator do AI-5, o ministro da “Justiça” Gama e Silva.
==========
“Eu Te Amo, Meu Brasil”.
É a música símbolo do ufanismo do regime, primária na letra, na música e na interpretação de “Os Incríveis”. Acabou demonizada.
==========
“País Tropical” de Jorge Ben (na época não era “Ben Jor”), é tão ufanista como ela, mas é mais elaborada e teve a célebre interpretação de Wilson Simonal.
==========
==========
==========
“As Curvas da Estrada de Santos” (Roberto Carlos/Erasmo Carlos). O carro como símbolo sexual e produto da modernização econômica do regime e do “milagre econômico.” A enorme expansão da indústria automobilística transformou o carro no objeto de consumo mais desejado e indispensável até para namorar. Em entrevista, Lula recordou duas alegrias quase que simultâneas: o início do namoro com dona Marisa e a compra de um TL (“Entrei no carro, ele pegou na hora. Banco reclinado. Me senti um rei. Depois eu só progredi na vida.” ).
==========
“Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil. Tortura e censura como sinônimos do auge do regime repressivo durante a vigência do AI-5.
==========
“Casa no Campo” (Zé Rodrix). Não está nem aí para a grande política. Sai da esfera do coletivo para a do indivíduo. Apresenta idilicamente o mundo rural como contraponto à vida nas metrópoles, símbolos do progresso do regime. Faz parte da revolução comportamental do período, do movimento hippie e com pitadas de contracultura.
==========
“Que País É Esse?”
É um dos clássicos da Legião Urbana. Retrata bem a crise final do regime militar usando a pergunta do indefectível Francelino Pereira, presidente da Arena.
0 comentários:
Postar um comentário