Os Cavaleiros Templários foram uma das
primeiras e mais conhecidas ordens militares da Europa Cristã - sociedades de
cavaleiros cuja missão, pelo menos aparentemente, era defender e propagar a sua
fé religiosa. A ordem dos Templários teve origem no ano de 1118, cerca de suas
décadas depois de as Cruzadas europeias terem conquistado a cidade e massacrado
os seus habitantes muçulmanos. Um cavaleiro francês chamado Hugues de Payens e
oito dos seus companheiros ofereceram os seus serviços ao Rei cristão Balduíno
II e juraram defender a cidade contra todo e qualquer inimigo. Como
quartel-general da ordem, Balduíno ofereceu-lhes a Mesquita Al Aqsa, onde o Rei
Salomão tinha construído o original Templo de Jerusalém. Por essa razão, os
cavaleiros apelidaram-se como Pauperes Commilitones Christi Templique
Solomonici - expressão latina para "os pobres soldados seguidores de
Cristo e do Templo de Salomão" - e ao longo do tempo a ordem passou a ser
conhecida como Ordem do Templo ou Templários.
Nos dois séculos que se seguiram, os Templários
tornaram-se numa das organizações mais poderosas do mundo medieval. Os seus
guerreiros, que usavam sobre as suas armaduras mantos brancos embelezados com
uma cruz vermelha, ganharam reputação pela sua destreza na luta, disciplina e
tenacidade. Os cavaleiros da ordem juravam obediência total e inquestionável
aos seus líderes. De forma geral, lutavam com afinco, tendo em mente que um
soldado que fosse considerado cobarde teria que despir o seu manto e tinha que
comer no chão, como os cães, durante um ano (a ordem também tinha a política de
não pagar resgate por soldados capturados em batalha). Segundo a edição de 1911
da Enciclopédia Católica, cerca de 20 mil soldados Templários deram a vida em
batalhas contras às forças muçulmanas ao longo dos anos em que a ordem existiu.
Com o tempo, os Templários também se tornaram
numa força política e econômica. Vários papas recompensaram os Templários
ordenando que estes ficariam isentos de quaisquer impostos, incluindo a taxa
que fazia com que a própria Igreja funcionasse. A ordem foi admitindo vários
elementos não-guerreiros por toda a Europa, que iam penhorando os seus tesouros
para adquirirem terras e edifícios e para criarem um império financeiro que
funcionava como um dos principais sistemas bancários europeus. Chegaram mesmo a
controlar o governo de Jerusalém. Depois de os muçulmanos terem recuperado o controlo de
Jerusalém em meados do século XIII, o império dos Templários começou a
enfraquecer. O fracasso em manter o poder na Terra Santa e os rumores sobre os
seus rituais secretos mancharam a reputação da ordem, anteriormente inabalável.
No início do século XIV, o rei francês Filipe IV, que tinha feito um grande
empréstimo aos Templários, decidiu destruir a ordem para não ter que pagar o
que tinha pedido. Filipe conseguiu persuadir o papa Clemente V, um homem
francês que a Enciclopédia Católica descreve como sendo uma pessoa de
"personalidade fraca e facilmente influenciável", a perseguir os
templários, acusando-os de heresia e sacrilégio, como por exemplo, dizendo que
cuspiam para o crucifixo.
Em 1307, o rei francês deu ordens secretas para
que todos os elementos da ordem do seu país fossem presos no mesmo dia, e
muitos deles foram torturados e mortos. O papa Clemente dissolveu oficialmente
a ordem dos Templários no ano de 1312. No ano seguinte, o grão-mestre dos
Templários, James de Molay, renegou as suas convicções quando estava prestes a
morrer na forca em frente à Notre Dame, em Paris. O rei Filipe ordenou a sua deportação
para a Ilha de la Cite, onde acabou por morrer na fogueira. Alguns elementos
dos Templários conseguiram sobreviver e nos séculos que se seguiram, vários
países europeus e os Estados Unidos sofreram grandes reformas e a organização
passou de uma ordem militar a fraterna e filantrópica. Hoje em dia, os
Cavaleiros Templários estão na lista de organizações não governamentais das
Nações Unidas.
FONTE: National Geographic
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