Em dezenas de cartazes — muitos deles ricos esteticamente — uma
narrativa que ficou esquecida após o fim do socialismo primitivo e da URSS.
As 2 da manhã, horário de
Moscou, em 9 de maio de 1945, o locutor de rádio Yuri Levitan declarava: “A
Alemanha foi totalmente vencida”. Completam-se hoje setenta anos da derrota
nazista na II Guerra Mundial — um conflito em que a antiga URSS exerceu papel crucial.
Para se ter uma noção, suas baixas foram 30
vezes maiores que as dos EUA e Grã-Bretanha, somados. A URSS perdeu 25,5
milhões de pessoas, enquanto Inglaterra e EUA, cerca de 450 mil cada (num
total de 55 milhões de mortes em toda a guerra).
Até meados dos anos 60,
ainda se lembrava do papel fundamental do “exército vermelho” na
vitória sobre as tropas do III Reich. O esquecimento é tido por
historiadores como reflexo da parceria entre o Pentágono e Hollywood. No final
do mandato, o presidente Franklin Roosevelt institucionalizou essa relação com
a criação do Office of War Information e convidou os cineastas John Ford e
Frank Capra a colocarem seus talentos a serviço das ambições militares
estadunidense, traçando uma linha estratégica para disputar a narrativa
simbólica no pós-Guerra. Mas se os alemães dominavam o rádio e os Estados
Unidos a sétima arte, a URSS era a rainha dos pôsteres. Segue alguns deles:
Deixem voar a bandeira da
vitória sobre Berlim.
Defenderemos a “mãe” Moscou.
Aniquilando os invasores!
A pátria mãe chama!