9 de fev. de 2014 | By: Fabrício

Conheça os 11 fatos que você provavelmente não sabia sobre o Egito Antigo


A civilização desenvolvida no Antigo Egito foi, definitivamente, uma das mais avançadas do mundo pré-cristão. Sua cultura foi tão rica e abrangente que seu estudo representa um campo inteiro em todas as ciências. Sua arquitetura, arte e religião há séculos são objeto de fascinação e, até hoje, muito se desconhece sobre essa civilização que construiu um dos monumentos mais grandiosos e misteriosos da humanidade. Será que você está por dentro destes 11 assombrosos fatos sobre o Tesouro do Nilo listados abaixo?

1. CLEÓPATRA NÃO ERA EGÍPCIA


Exceto pelo faraó Tutancâmon, Cleópatra VII é, sem dúvida, a figura histórica mais associada ao Antigo Egito. De fato, ela nasceu em Alexandria e pertencia a uma antiga linhagem de gregos macedônios, descendentes de Ptolomeu I, um dos conselheiros mais próximos de Alexandre, O Grande. A dinastia ptolomaica governou o Egito de 323 a 30 a.C. e seus líderes, a maioria composta por gregos, influenciou imensamente o aspecto artístico e cultural da civilização egípcia. Na verdade, Cleópatra foi famosa por ser um dos primeiros membros da dinastia ptolomaica a dominar o idioma egípcio.

2. OS ANTIGOS EGÍPCIOS ADORAVAM UMA JOGATINA


Depois de um longo dia de trabalho no Nilo, os egípcios costumavam relaxar disputando um dos diversos jogos de mesa como o “Mehen”, “Cachorros e Chacais” ou o mais popular deles, um jogo de azar conhecido como “Senet”. Esse passatempo remonta ao ano 3.500 a.C e era praticado sobre uma grande mesa pintada, com 30 armários. Cada jogador usava um conjunto de peças que avançavam sobre o tabuleiro. O jogo era tão popular que a maioria dos faraós era enterrada com ele.

3. AS  MULHERES EGÍPCIAS TINHAM SEUS DIREITOS RECONHECIDOS E BASTANTE LIBERDADE


Apesar de, historicamente, a sociedade considerar a mulher inferior ao homem, as egípcias desfrutavam de independência jurídica e financeira. Podiam comprar e vender propriedades, participar de juris, deixar testamentos e até efetivar contratos legais. Embora, normalmente, não saíssem de suas casas para trabalhar, as que o faziam recebiam o mesmo salário que o homem pela mesma tarefa. Diferentemente das mulheres gregas, que eram propriedades dos maridos, as egípcias podiam se divorciar e casar novamente. Os casais do Antigo Egito costumavam fazer contratos pré-nupciais, onde os bens e riquezas que a mulher trazia à sociedade conjugal eram enumerados, o que garantia uma compensação por eles, em caso de divórcio.

4. AS PIRÂMIDES NÃO FORAM CONSTRUÍDAS POR ESCRAVOS


A vida de um trabalhador de construção das pirâmides não era nada fácil. Prova disso são os esqueletos que revelam artrite e outros males. Mas as evidências sugerem que essas enormes tumbas não foram construídas por escravos e, sim, por trabalhadores assalariados. A mão de obra empregada na construção era de artesãos qualificados e operários temporários. Os hieróglifos próximos aos monumentos e pirâmides demonstram a utilização de apelidos bem-humorados para as equipes, com “Os bebuns de Micerino” ou “Os amigos de Quéops”.

5. OS EGÍPCIOS TINHAM DIVERSOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO


O povo egípcio considerava os animais encarnações dos deuses e foram uma das primeiras civilizações a adotá-los como animais domésticos. Os egípcios eram amantes de gatos (relacionados a deusa Bastet), falcões, cachorros, leões e macacos. Os animais de estimação ocupavam uma posição privilegiada nos lares da época e eram mumificados e enterrados com seus donos, quando eles morriam. Sabe-se também que os policiais do Antigo Egito utilizavam cães e macacos treinados em patrulhas.

6. TUTANCÂMON PODE TER SIDO ASSASSINADO POR UM HIPOPÓTAMO

Pouco se sabe sobre a vida do jovem faraó Tutancâmon. Mesmo assim, alguns historiadores asseguram saber exatamente como ele morreu. O estudo de sua múmia indica que ele foi embalsamado sem seu coração ou sua caixa torácica, uma alteração bastante drástica de acordo com as tradições funerárias da época e que pode indicar o fato de Tutancâmon ter sofrido uma lesão horripilante, que deformou seu corpo. Segundo diversos egiptólogos, uma das causas mais prováveis para tal ferida seria a mordida de um hipopótamo, cuja caça desportiva era uma tradição daquele tempo.

7. MUITOS MÉDICOS EGÍPCIOS TINHAM ESPECIALIDADES DETERMINADAS

A profissão de médico na Antiguidade costumava ser genérica, ou seja, o profissional estudava e empregava todo o conhecimento disponível sobre a saúde do corpo humano. Existem provas, porém, de que os médicos egípcios se agrupavam e atuavam em determinadas partes do organismo. Pode-se dizer que foi uma forma bastante antiga de especialização médica. O historiador grego Heródoto observou, a partir de 450 a.C que, no Antigo Egito, havia um médico para curar cada tipo de doença: alguns cuidavam dos olhos, outros dos dentes, entre outros exemplos.

8. OS TRABALHADORES EGÍPCIOS FAZIAM GREVE

Os trabalhadores do Antigo Egito não pensavam duas vezes em protestar por melhores condições de trabalho. Um dos exemplos mais famosos foi o da grande greve de trabalho ocorrida no século XII a.C, durante o reinado de Ramsés III. O que motivou o protesto foi a falta de pagamento, na época feito em grãos, aos trabalhadores envolvidos na construção da necrópole real de Deir el-Medina. O protesto foi pacífico e consistiu na ocupação dos templos mortuários até um líder ser ouvido. A greve foi bem-sucedida. Depois de receberem seus grãos, todos retornaram ao trabalho.

9. OS FARAÓS DO ANTIGO EGITO SOFRIAM DE OBESIDADE

A arte egípcia retratava os faraós sentados e com corpos esculturais, mas a dieta faraônica revela outra história. Rica em cerveja, pão, vinho e mel, a alimentação egípcia era riquíssima em açúcar e diversos estudos demonstram que, na cintura da realeza, os quilos se acumulavam ainda mais. O exame de várias múmias revelou que muitos imperadores eram gordos e tinham uma saúde debilitada, agravada pelo diabetes. Um dos exemplos mais notáveis é o da rainha Hatshepsut, que em seu sarcófago é representada por um corpo esbelto e atlético, mas, na vida real, era gorda e careca.

10. HOMENS E MULHERES EGÍPCIOS USAVAM MAQUIAGEM

A vaidade é tão antiga quanto a humanidade e os antigos egípcios não foram exceção. Homens e mulheres se maquiavam pesadamente e acreditavam que o costume invocava a proteção dos deuses, mais exatamente Horus e Ra. Os cosméticos eram feitos à base de diversos minerais e misturados a uma substância chamada Kohl. A mistura era aplicada aos olhos com utensílios feitos de madeira, osso e marfim. Também era bastante comum o uso de perfumes, feitos com uma base de óleo, mirra e canela. Além disso, acreditava-se que a maquiagem tinha propriedades de cura. A pesquisa mostra que os cosméticos com chumbo, muito usados ao longo do Nilo, ajudavam a evitar infecções oculares.

11. OS ANTIGOS EGÍPCIOS FORJARAM UM DOS MAIS ANTIGOS TRATADOS DE PAZ DA HISTÓRIA

Durante séculos, os antigos egípcios lutaram contra o império hitita pelo controle das terras que formam o atual território da Síria. Ramsés II governou sob ameaça constante de invasões em seu território por diversos povos. E foi então que, em 1259 a.C, egípcios e hititas negociaram um tratado de paz que deu fim ao conflito armado e promoveu um acordo de cooperação mútua, para evitar uma invasão por um terceiro povo.

Fonte: History Channel

Engenheiro pode ter descoberto o segredo por trás da construção das pirâmides egípcias


Uma nova e revolucionária teoria sobre a construção das pirâmides do Egito assegura que, ao contrário do que pensam os arqueólogos, as pirâmides foram construídas sobre uma base pequena, a qual posteriormente foi acrescentada uma série de blocos gigantes pela parte de fora. Ou seja, antigos egípcios criaram pirâmides por meio da acumulação de entulhos, que foram aumentando de dentro para fora e depois foram anexados tijolos de revestimento, o que deu o aspecto final dos monumentos. A nova teoria foi anunciada por Peter James, um engenheiro galês da empresa Cintec Internacional, que há 20 anos trabalha na manutenção das pirâmides do Egito. Depois de participar de inúmeras obras de restauração e escoramento, o especialista chegou à conclusão de que as teorias aceitas até hoje sobre o possível método utilizado na elaboração das pirâmides não seriam verdadeiras. Atualmente, acredita-se que as pirâmides foram construídas com blocos gigantes, colocados a partir de enormes rampas de acesso. Segundo ele, para fazer uma pirâmide desta forma, com 2 milhões de blocos, os antigos egípcios teriam que ter colocado uma pedra gigantesca a cada três minutos, o que é impossível. Além disso, haveria a necessidade do uso de rampas de 400 metros de altura, e não existe vestígio algum da existência destes utensílios para a construção das pirâmides. Peter James afirma que 90% das pedras utilizadas para a construção eram compostas por escombros amontoados e, depois, cobertos por blocos de pedras gigantes. O certo é que sua nova teoria é tão inovadora que o autor espera uma guerra com os arqueólogos, de acordo com a citação do site britânico Daily Mirror Online.

Assista ao vídeo que demonstra como as pirâmides foram construídas:


Fontes: RT | Daily Mirror Online
5 de fev. de 2014 | By: Fabrício

Cangaço: uma guerra no sertão


A formação da comunidade religiosa de Canudos, relatada por Euclides da Cunha, e a organização de bandos armados conhecidos como cangaceiros têm uma face muito comum: as dificuldades da vida sertaneja no início da Primeira República (1889-1930), geradas pela concentração da propriedade rural, pelas secas e polo mandonismo dos coronéis.

O termo "cangaço" já aparecia em relatos do Nordeste do início do século XIX. É provável que a expressão se referisse a certos homens que andavam armados, com cartucheiras, facas longas e clavinotes (um tipo de arma de fogo antiga) cruzando os ombros, tal como uma canga, peça de madeira usada para prender os bois pelo pescoço.

Mais tarde, quando a expressão se tornou corrente, o cangaço passou a designar a ação de bandos armados que percorriam o sertão nordestino atacando povoados e fazendas, roubando, matando e fugindo da polícia.

Numa primeira fase do cangaço os grupos armados eram sustentados por chefes políticos locais, que lhes davam casa, comida e muitas vezes um pedaço de terra em troca de proteção armada nas disputas políticas com os adversários. Num segundo momento formaram-se bandos desvinculados do poder local.

O bando de João Calandro

A formação dos primeiros bandos independentes está associada às grandes secas que devastavam a economia sertaneja e obrigavam muitos pais de família a sair de sua pequena roça em busca de sustento em outras regiões.

Em 1877, por exemplo, o sertão nordestino foi atingido por uma terrível seca, que matou cerca de 500 mil pessoas e obrigou 3 milhões de sertanejos a buscar a sobrevivência em outras áreas.

A crise causada pela grande seca favoreceu a formação do mais conhecido bando do período, chefiado por João Calandro. Em 1876, Calandro era um jagunço a serviço de um chefe político do Cariri, no sertão do Ceará. Com a seca de 1877, fazendeiros e autoridades pediram seu apoio para reprimir os saques promovidos por sertanejos famintos.

Enquanto a seca perdurou, Calandro recebeu ajuda de autoridades e fazendeiros. Quando as chuvas voltaram a cair, a população flagelada pôde retomar suas atividades na agricultura e na criação de gado.

João Calandro, no entanto, manteve suas exigências e não aceitou o comando de nenhuma autoridade. Iniciou-se uma luta sangrenta entre os homens de Calandro e a polícia, que durou até Calandro se refugiar no sertão do Piauí.

Representação de cangaceiros com suas armas e vestimentas.

Lampião, o rei do cangaço

A história de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, é parecida com a de muitos sertanejos que aderiram ao cangaço. Nascido por volta de 1898, no estado de Pernambuco, Virgulino cresceu rodeado por disputas sangrentas entre famílias rivais. o assassinato de um membro de uma das famílias desencadeava uma onda de mortes e perseguições, movidas pelo desejo de vingança.

O pai de Virgulino foi morto por selar uma aliança com os Pereiras, uma das famílias dominantes do setão de Pernambuco. Dispostos a vingar a morte de seu pai, Virgulino e seus irmãos ingressaram no bando de Sinhô Pereira, conhecido em Pernambuco pelas atrocidades cometidas contra os inimigos. Seis anos depois, em 1922, Lampião assumiu a chefia do bando.

No comando do grupo, Virgulino fez do sertão o cenário de violentas aventuras. Seus homens atacavam cidades, cortavam os fios da rede de telégrafo para impedir a comunicação com a polícia e saqueavam o comércio. Fazendeiros, vaqueiros e pequenos agricultores eram torturados e degolados por não se submeterem às suas ordens ou por traírem a sua confiança.

Esse homem, que se esgueirava pela caatinga, ao mesmo tempo amado, temido e odiado, transformou-se numa lenda do sertão.

Foto de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (data desconhecida).

Amor e ódio no sertão

A fama do bando despertou nos sertanejos um misto de simpatia, medo e desejo de vingança. Crianças e jovens buscavam o grupo atraídos pelas histórias de lutas que ouviam e pelo sonho de uma vida sem miséria e repleta de aventuras.

No lado oposto, a ação violenta dos cangaceiros alimentou o desejo de vingança. Parentes das vítimas de estupro e assassinato, maridos cujas esposas abandonaram o lar para seguir o cangaceiro, agricultores e comerciantes revoltados com os saques promovidos pelo grupo ingressavam na polícia para combater o bando de Lampião. A luta contra o grupo motivou também a multiplicação das volantes, pequenos grupos de soldados, comandados por um sargento ou tenente, que percorriam o sertão combatendo os cangaceiros.

Cartaz do governo oferecendo 50 contos de reis de recompensa pela captura de Lampião. Uma pequena fortuna na época.

A morte de Lampião

Por volta de 1928, lampião conheceu Maria Bonita, a mulher que seria sua companheira até o final dsa vida. Mal conheceu o cangaceiro, Maria aderiu ao grupo, deixando para trás casa e marido. Depois dela, outras mulheres ingressaram no bando para acompanhar seus maridos pelo sertão.

Nos de 1930, o governo fechou o cerco contra o bando de Lampião. perseguido pelas volantes, lampião instalou-se em Angico, no estado de Sergipe, de onde coordenava a ação do grupo.

O fim do cangaceiro estava próximo. Em 1938, com o auxílio de um comerciante conhecido de Virgulino, a polícia cercou o esconderijo do bando. Lampião, Maria Bonita e mais 9 cangaceiros foram mortos e decapitados pela polícia.

o cangaço sobreviveu por mais dois anos, centrado na figura de Courisco, um dos líderes do bando de Lampião. Courisco havia rompido com Lampião em 1937, devido a divergências na forma de conduzir o grupo.

O massacre em Angico despertou em Courisco a amizade que o unia ao antigo companheiro. Enfurecido, iniciou uma perseguição implacável contra o delatores de lampião. Mas o grupo já não tinha a coesão dos antigos tempos.

Courisco foi morto pela polícia em 1940, encerrando-se a era dos cangaceiro. No entanto, a miséria, a concentração de renda e de terras e o mandonismo dos coronéis, condições que alimentaram o cangaço, continuaram no sertão.

Foto de Courisco (data desconhecida).

Sem dúvida nenhuma o Cangaço é um movimento emblemático da história do país. Para algumas pessoas, esses homens são considerados heróis, uma vez que tentavam romper com a ordem política existente e ao mesmo tempo acabar ou ao menos amenizar as mazelas das pessoas de seu bando que viviam marginalizados, já que o governo não lhes dava nenhuma assistência. Já para outros, não passavam de brutais assassinos, sem nenhuma compaixão, uma vez que, matavam aqueles que atravessavam seus caminhos sem nenhuma compaixão.


ASSISTAM AOS VÍDEOS A SEGUIR:






BIBLIOGRAFIA SOBRE O CANGAÇO:

 O Cangaço
   Autor: Olivieri, Antônio Carlos
   Editora: Ática
 Cangaço - a guerra no sertão da República
   Autor: Bráz, Júlio Emílio
   Editora: Saraiva
 Estrelas de Couro - a estética do cangaço
   Autor: Mello, Frederico Pernambucano de
   Editora: Escrituras
 História do Cangaço
   Autor: Queiroz, Maria Isaura Pereira de
   Editora: Global
 O outro lado do cangaço
   Autor: Monteiro, Roberto Pedrosa
   Editora: Edição do autor