O Brasil, desde o período
colonial, se destaca pela fartura de minerais em seu subsolo. O país ficou
marcado pela grande quantidade de ouro encontrado durante os séculos XVII e
XVIII. Após esse período, acreditava-se que o recurso aurífero brasileiro não seria
mais encontrado em grandes proporções. Porém, em 1980 surgiu uma nova corrida
em busca do ouro em Serra Pelada.
Serra Pelada, atual
município de Curionópolis, é uma região localizada no Estado do Pará. Na década
de 1980, essa área foi invadida por milhares de garimpeiros motivados pelo
sonho de enriquecer rapidamente através do ouro.
O major do Exército,
Sebastião Curió, era o responsável pela organização no garimpo, evitando, na
medida do possível, confusões e atritos entre os trabalhadores. Uma das medidas
estabelecidas foi a proibição de bebidas alcoólicas no local.
Rapidamente a área se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo. Aproximadamente 25 mil homens trabalhavam dia e noite e chegavam a tirar uma tonelada de ouro por mês. Conforme dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), somente no ano de 1983 foram extraídas cerca de 14 toneladas de ouro na área de Serra Pelada. Esse fato fez com que muitos pensassem que as jazidas de ouro seriam capazes de enriquecer os garimpeiros. Porém, esse fato não se concretizou, e o que é pior, muitos morreram durante o trabalho.
O garimpo é uma forma de exploração de minérios valiosos através de meios mecânicos ou manuais, que pode ser realizada a céu aberto ou em minas escavadas nas rochas. Entretanto, o garimpo é considerado uma forma predatória ao meio ambiente. Durante o garimpo na Serra Pelada, o ouro era extraído da pepita utilizando o mercúrio na sua forma líquida, que tem a propriedade de capturar os grãos de ouro formando uma amálgama, uma espécie de liga.
Rapidamente a área se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo. Aproximadamente 25 mil homens trabalhavam dia e noite e chegavam a tirar uma tonelada de ouro por mês. Conforme dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), somente no ano de 1983 foram extraídas cerca de 14 toneladas de ouro na área de Serra Pelada. Esse fato fez com que muitos pensassem que as jazidas de ouro seriam capazes de enriquecer os garimpeiros. Porém, esse fato não se concretizou, e o que é pior, muitos morreram durante o trabalho.
O garimpo é uma forma de exploração de minérios valiosos através de meios mecânicos ou manuais, que pode ser realizada a céu aberto ou em minas escavadas nas rochas. Entretanto, o garimpo é considerado uma forma predatória ao meio ambiente. Durante o garimpo na Serra Pelada, o ouro era extraído da pepita utilizando o mercúrio na sua forma líquida, que tem a propriedade de capturar os grãos de ouro formando uma amálgama, uma espécie de liga.
Existe um aparelho artesanal construído para
separar o ouro da lama extraída no garimpo. Apelidado de “cobra fuma”, nele
existem placas com mercúrio sobre as quais corre água com barro e que servem para
reter o ouro presente na lama. O fluxo de água faz com que o ouro entre em
contato com o mercúrio sendo imediatamente aprisionado. O processo é, em geral,
muito rudimentar e causa grandes perdas de mercúrio que é transportado pelas
águas para os rejeitos onde se infiltra.
A parte do amálgama que não foi perdida na
garimpagem é, após alguns dias, processada pelo garimpeiro com o intuito de
recuperar o ouro e parte do mercúrio metálico, através de uma separação gravimétrica.
Este processo torna-se como a maior fonte de contaminação dos garimpeiros, pois
o amálgama separado é queimado, geralmente a céu aberto, liberando grandes
quantidades de mercúrio para a atmosfera. Durante o processo, quantidades
variáveis de mercúrio são perdidas na forma metálica para rios e solos, e
rejeitos contaminados são deixados a céu aberto na maioria dos sítios de garimpo.
Alguns garimpeiros também faziam o uso do maçarico para vaporizar o mercúrio
deixando somente o ouro na sua forma sólida. Neste processo, os vapores de mercúrio,
pela inexistência de equipamentos de proteção, máscaras e capelas, eram
inalados diretamente pelos garimpeiros. Este contato direto com o mercúrio
desencadeou uma série de problemas de saúde na população da Serra Pelada,
levando a morte de muitos garimpeiros ou deixando marcas para a vida toda.
As condições de trabalho eram precárias, calor intenso, utilização de escadas danificadas, barrancos altamente perigosos, poeira de monóxido de ferro no ar - que era inalada pelos trabalhadores; barracos improvisados, sem estrutura adequada para moradia. Mas apesar de todos esses aspectos negativos, os garimpeiros trabalhavam na esperança de “bamburrar” - expressão relacionada ao fato de enriquecer.
A produção aurífera em Serra
Pelada decresceu e, em 1992, houve interrupção das atividades de extração de
ouro na região. A grande cratera aberta para a retirada do ouro transformou-se
num enorme lago. A Companhia Vale do Rio Doce recebeu uma indenização de 59
milhões do Governo Federal, pois tinha direitos sobre as jazidas de ouro, que
foram invadidas pelos milhares de garimpeiros.
Em 2002, o Congresso
Nacional aprovou um decreto que permitiu aos garimpeiros a execução de suas
atividades em uma área próxima à Serra Pelada. Em poucos meses, aproximadamente
10.000 garimpeiros foram atraídos para essa região. Vários problemas ocorrem
nessa nova área. A disputa de interesses políticos, líderes sindicais,
mineradoras e antigos garimpeiros geram vários conflitos. Alguns com final
trágico, como o assassinato de Antônio Lemos, que era o presidente do Sindicato
dos Garimpeiros da região.
Hoje, acredita-se que ainda
existam pequenas jazidas de ouro em algumas regiões, mas a exploração já é
controlada pela companhia de mineração Vale. Atualmente, a região da Serra
Pelada se transformou em uma favela com cerca de 1000 habitantes e surgiu uma
imensa cratera com 200 metros de profundidade no local do garimpo. O ouro encontrado em Serra
Pelada não gerou riqueza para a maioria dos garimpeiros, pelo contrário, apenas
trabalho em péssimas condições e desilusão com a possibilidade de sair da
miséria.
SAIBA MAIS:
Assista a reportagem especial sobre Serra Pelada:
http://globotv.globo.com/globonews/arquivo-n/v/programa-relembra-a-busca-pelo-ouro-em-serra-pelada-e-mostra-como-voltara-a-funcionar/2549676/
Assista ao documentário: "Serra Pelada: esperança não é sonho", dirigido por Priscilla Brasil. O filme retrata um pouco da realidade atual da região através de relatos dos personagens que estiveram envolvidos com a exploração da década de 1980, assim como as experiências e disputas do passado.
http://vimeo.com/19842182
1 comentários:
quais eram as condicoes de trabalho dos garimpeirosem serra pelada.que elementos as imagens fornecem
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